A honestidade de Rodrigo Caio, do São Paulo, no clássico contra o Corinthians, ocorrido domingo, ainda repercute pelo Brasil. O atleta avisou o árbitro da partida que havia pisado no goleiro Renan Ribeiro, evitando um cartão amarelo ao atacante Jô. O zagueiro, porém, não é um caso isolado no esporte. Apesar de raros os lances, o futebol já registrou outros atletas sinceros com a arbitragem.
Em 2014, por exemplo, quando defendia o Cruzeiro, o atacante Marcelo Moreno evitou um grande equívoco do árbitro Elmo Alves Resende Cunha, que marcou tiro livre indireto para o time mineiro após um recuo para o goleiro Jefferson defendido com a mão. Moreno avisou que havia encostado na bola, e árbitro voltou atrás em sua decisão.
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Na Romênia, em 2009, o meia Costin Lazar, do Rapid Bucaresti, foi mais além. Ele evitou que um pênalti, que não ocorreu, fosse marcado para a sua equipe. O árbitro ouviu o atleta e voltou atrás.
Mais recentemente, em 2014, o Campeonato Alemão registrou um lance de honestidade do atacante Hunt, do Werder Bremem. Assim como na Romênia, houve um pênalti assinalado durante o jogo e o atleta acusou que o lance não era faltoso. A arbitragem voltou atrás, e a torcida adversária aplaudiu o gesto.
Na Série B italiana, no ano passado, a honestidade já foi, inclusive, premiada. A Lega B, que administra o torneio, decretou que os árbitros dessem um cartão verde para premiar atitudes de fair play durante as partidas. Em outubro, ocorreu o primeiro lance do gênero.Cristian Galano, do Vicenza, chutou a bola para fora. O árbitro viu escanteio, mas o atleta acusou o tiro de meta. O árbitro, então, concedeu cartão verde ao atleta de forma simbólica, uma vez que a Fifa só inclui nas regras básicas do futebol os cartões amarelo e vermelho.
Na Copa Verde deste ano, a CBF autorizou um teste com o cartão verde, mas nenhum caso foi registrado até então. A Fifa ainda estuda como implementar este incentivo ao fair play no futebol.