Pelo menos cinco viúvas de jogadores da Chapecoense que estavam no avião da Lamia que caiu na Colômbia em novembro do ano passado estão ingressando na Justiça contra o clube. A informação foi apurada pela Folha de São Paulo e divulgada na tarde desta sexta-feira.
A primeira ação foi movida por Valdécia Borges de Morais Paiva, viúva do volante Gil. Uma audiência já foi marcada para o dia 22 de maio, em Chapecó. A ação foi movida por um escritório de São Paulo. As viúvas de Bruno Rangel, Ananias, Gimenez e Canela também devem entrar com ação contra o clube pelo mesmo escritório.
O clube já indenizou as famílias dos jogadores, mas elas querem que seja incluído no cálculo das indenizações o direito de imagem e premiações. Também pedem pensão e danos morais por entenderem que o translado dos jogadores era de responsabilidade do clube, o que caracterizaria acidente de trabalho. Das 71 vítimas fatais do acidente, 19 eram jogadores.
O vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antônio Pallaoro, confirmou que existem "quatro ou cinco ações" contra o clube, embora só uma oficializada até o momento, que é a da viúva de Gil. Ele disse que é normal ações de advogados contra o clube, mas considera que as argumentações devem ser derrubadas.
Pallaoro também afirmou que não cabe pensão, pois a partir da morte dos jogadores, se rompe o contrato de trabalho e a questão passa a ser previdenciária, ou seja, com pagamento pelo INSS.
O dirigente afirmou que a Chapecoense não pode ser responsabilizada por contratar uma companhia aérea, e sim a Lamia, pois houve responsabilidade do piloto em não reabastecer a aeronave.
– Nós também somos vítimas e vamos entrar com ação contra a empresa – explicou.
O vice-presidente disse também que a lei permite pagar metade do salário registrado em carteira e metade por direito de imagem. Afirmou que a Chapecoense pagava 40% por direito de imagem, e isso também cessou com a morte dos atletas.
Em relação à Lamia, a Chapecoense fará uma reunião com os familiares das vítimas no dia 15 de março, em Florianópolis. O clube também contratou um escritório de advocacia da Capital para auxiliar nas ações.
O clube também informou que foram repassados R$ 2,9 milhões para as famílias de doações, inclusive do amistoso do Brasil contra a Colômbia. Deste amistoso, o clube alega que a maior parte das doações foram para a instituição.
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