Não fiquem assustados, não vou escrever sobre a política americana, muito menos você está na página errada. O título March Madness (loucuras de março, da tradução em inglês) se deve ao maior campeonato de basquete universitário do mundo, o campeonato americano. São 64 times que começaram a jogar há uma semana e terminarão na primeira segunda-feira de abril.
É a tradição. São grandes rivalidades como St. John's x Georgetown, North Carolina x Duke e Kentucky x Michigan.
A maioria dos grandes jogadores da NBA teve seu começo em alguma universidade:
Michael Jordan veio dos Tar Hills de Carolina do Norte, Earvin "Magic" Johnson, de Michigan State, John Stockton, de Gonzaga, Chris Mullin e Mark Jackson, de St.John's, no seu auge na metade dos anos 1980 quando o Madison Square Garden lotava mais para ver os Redmen (Peles Vermelhas) do que para ver o New York Knicks.
O basquete universitário norte-americano é bem apreciado por vários motivos. No início do ano letivo universitário americano, em setembro, são 338 universidades que estão inscritas e têm uma chance de chegar ao March Madness. Nem todo Estado americano tem time da NBA, mas todos os Estados americanos têm pelo menos uma ou mais universidades inscritas na NCAA (National Collegiate Athletic Association, espécie de federação universitária de esportes). O basquete universitário mexe com quase todas as comunidades do interior americano.
A rede de TV a cabo ESPN teve seu início exatamente por causa do basquete universitário norte-americano. Mr. Rasmussen, em Connecticut, queria mostrar para um amigo que estava na Califórnia como estava jogando bem a UConn (Univ. de Connecticut) e comprou duas horas de satélite para mandar a transmissão de um dos jogos. Bom, o amigo quis lhe mostrar como estava a UCLA, de Los Angeles), e o resto é a história da TV.
March Madness é folclórico nos EUA. Os técnicos são pitorescos. O que dizer de Bobby Knight, treinador de Indiana que jogava cadeiras na quadra? Mike Kryzewsky até hoje é reverenciado em Duke, onde ganhou muitos campeonatos além de treinar um dos "Dream Teams" e levar uma medalha de ouro. Os nomes são incríveis: "Sweet 16" (doce 16) para quem chegar às oitavas de final, "Elite 8" para os oito remanescentes, além do já consagrado "final 4" (para os semifinalistas). As apostas mexem com bilhões de dólares em Las Vegas, onde se joga em tudo: diferença de pontos, placar do primeiro quarto, cestinha, reboteiro, assistente da partida etc.
A universidade campeã é recebida na Casa Branca pelo presidente americano.