Fora das quatro linhas, a dupla Gre-Nal busca melhorar sua situação em relação aos seus estádios. O Inter, que detém a gestão do Beira-Rio, tem interesse em assumir a participação da Andrade Gutierrez na administração das áreas VIPs e comerciais, e o Grêmio negocia há quatro anos a compra da Arena e do direito de superfície junto à OAS.
As duas tratativas, no entanto, têm particularidades distintas. Para o Inter, administrar a Brio, empresa criada pela AG e pelo banco BTG Pactual para gerir camarotes e edifício-garagem do estádio, entre outros, seria a chance de ampliar os lucros com a operação em dias de jogos e eventos. O trunfo seria de aumentar a ocupação da torcida colorada nestes espaços com o argumento de que parte da receita gerada seria revertida ao clube.
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Embora o Inter não comente publicamente as tratativas, dirigentes fizeram, nos últimos dias, uma reunião com membros do BTG para avaliar as condições de negócio. É possível que as conversas evoluam em um futuro próximo.
Em relação ao Grêmio, as negociações com a OAS foram marcadas por muitas idas e vindas. Iniciada pelo ex-presidente Fábio Koff, a operação deflagrada para compra da Arena esteve muito perto de ser concretizada no ano passado.
A entrada no negócio da empresa Karagounis, que é controlada por um fundo de investimentos ligado à Caixa, serviu para agilizar a quitação do financiamento do BNDES para a construção do complexo junto aos bancos Banrisul, Santander, Bradesco e Banco do Brasil.
Assim, a Karagounis tomaria posse do Olímpico e explorar comercialmente a área que hoje está em ruínas na Azenha. Ocorre, contudo, que Banco do Brasil e Banrisul não aceitaram os termos da operação. Assim, o clube decidiu que, caso não obtenha uma resposta positiva até sexta-feira, desistirá do negócio.
– O Grêmio fez todo o esforço e deu todas as condições para que o negócio se realizasse. O que está impedindo estes bancos estatais de fazer o negócio são carimbos. Os bancos estão se escondendo atrás de carimbos – observa Nestor Hein, diretor jurídico do Grêmio.
INTER/BEIRA-RIO
Gestão do estádio
Compartilhada. Inter administra 42 mil lugares entre arquibancadas e camarotes antigos, além das datas. Em jogos, a Brio (holding criada entre a Andrade Gutierrez e a BTG Pactual) administra 8 mil lugares VIP, skyboxes, camarotes novos, edifício-garagem e lojas. Em shows (Guns, Roberto Carlos, Rolling Stones), a gestão é exclusiva da Brio. Inter tem administração e vida diária do Beira-Rio, podendo usá-lo também para treinos.
Posse do terreno
As áreas são todas do Inter. Porém, o clube preocupa-se porque algumas superfícies do estádio estão como garantia do empréstimo junto ao BNDES.
Renda dos jogos
Inter recebe a renda de seus lugares. Brio recebe a renda de seus lugares. As despesas, porém, são divididas.
Custos de manutenção
Toda a despesa do estádio, em áreas comuns, são de 66,6% são do Inter e 33,3% da Brio. Entretanto, há uma defasagem no pagamento. Até o fim de 2016, a empresa deve cerca de R$ 5 milhões ao clube.
Estacionamento e espaços VIP
O edifício-garagem e os espaços VIP são de administração da Brio. O Inter possui dois estacionamentos descobertos. A experiência recente mostra que os locais do clube lotam com mais facilidade do que os da empresa.
Financiamento para construção
BNDES financiou R$ 300 milhões para a Andrade Gutierrez.
GRÊMIO/ARENA
Gestão do estádio
Embora mande seus jogos na Arena, o Grêmio não faz a gestão de seu estádio. A empresa Arena Porto-Alegrense, que tem o executivo Marcelo Jorge como presidente, é a responsável por administrar o complexo. Além de gerar receitas com vendas de camarotes e publicidade, por exemplo, também opera o estádio em dias de jogos.
Posse do terreno
Na matrícula do registro de imóveis na Capital, o terreno sobre o qual está a Arena pertence às empresas OAS 26 e Karagounis Participações S.A. No contrato para a construção do estádio, a propriedade da área seria repassada ao Grêmio como permuta pelo Olímpico, na Azenha. No entanto, o Grêmio só realizará a chamada "troca de chaves" quando o terreno da Arena estiver desonerado - atualmente é garantia no pagamento do financiamento do BNDES.
Renda dos jogos
A renda dos jogos realizados na Arena vai para o caixa da Arena Porto-Alegrense. Mas parte deste valor é recebido pelo Grêmio através do quadro social - os sócios pagam direto ao clube. Para acomodar os associados nas partidas, o Grêmio paga R$ 1,5 milhão mensal à gestora do estádio.
Custos de manutenção
O custo médio para abrir os portões da Arena é de R$ 180 mil por jogo - varia conforme o tamanho da partida e pessoal envolvido na operação. Como o processo é gerido pela Arena Porto-Alegrense, o Grêmio não tem gastos com a manutenção do estádio.
Estacionamento e espaços VIP
São explorados exclusivamente pela Arena Porto-Alegrense. A gestora do estádio gera receita com a venda de vagas para o estacionamento, sejam fixas ou rotativas, e também com a comercialização de áreas VIP, como camarotes e cadeiras gold. O Grêmio não lucra com estes espaços.
Financiamento para construção
Foi tomado pela OAS junto ao BNDES pelos bancos repassadores Santander, Banrisul, Banco do Brasil e Bradesco no valor de R$ 170 milhões. As parcelas são pagas mensalmente pela Arena Porto-Alegrense.
ZHESPORTES
Ponto a ponto
O que é de quem nos estádios da dupla Gre-Nal
Inter e Grêmio negociam para melhorar situações em relação às suas casas
Adriano de Carvalho
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