O antigo foi a lamentável fala do vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Melo, que colocou o Gauchão "sob suspeição" após o pênalti marcado por Diego Real. Pênalti que não existiu, sim. Mas, daí, a dizer que o campeonato está sob suspeição, por sei lá quantos pênaltis que o dirigente entende que não foram marcados para o Colorado, já é demais.
Melo, imagine o que dirão dirigentes do São José e Cruzeiro, por exemplo, se reclamarem de quantas vezes foram prejudicados pelas arbitragens, em jogos contra a Dupla? E olha, foram prejudicados muitas vezes...
Aliás, Melo só repetiu o lamentável discurso de dirigentes da Dupla que, ano após ano, culpam juízes após fracassos retumbantes. Não preciso falar do ano de 2016 do Inter, do seu início de
2017 ainda mais lamentável, nem da série de fracassos do Grêmio, que insistia em culpar o juiz pelas
nossas derrotas.
Por outro lado, a fala de Antônio Carlos Zago trouxe um sopro de renovação. Sua crítica foi direta ao juiz, certeira e profissional. Questionou Real pelo fato de não ter trabalhado em equipe. Estava correto. Questionava o fato de ele ter sido reprovado em um teste físico, no início do ano. Também
estava correto.
Lembro aqui que, com exceção de alguns poucos "árbitros Fifa", a maior parte dos homens do apito tem de se virar em mil para conseguir entrar em campo em forma a cada jogo. Tem de atuar em dois empregos e percorrer longas distâncias de carro, ao lado de seus auxiliares. Já os jogadores têm salários milionários, dispõem de estruturas de Primeiro Mundo e têm todas as condições para fazer o melhor
de seu trabalho.
Mesmo assim, tem muito jogador ruim e que erra (muito) por aí. Nem vou citar nomes, a dupla Gre-Nal está cheia deles. Ora, Diego Real não tem o direito de errar? E até de ser ruim (embora não seja o caso, é um bom e promissor árbitro)?
Na próxima vez que pensar em colocar o Gauchão em suspeição, lembre disso, Roberto Melo. O seu elenco está cheio de jogadores ruins ou medianos, que erram muito, ganhando fortunas, com toda a estrutura à disposição. O juiz, tratado como amador em um meio profissional, merece ser crucificado? É claro que não.