O desgaste começa a rondar Diego Simeone. O técnico argentino garante viver uma "temporada difícil" no Atlético de Madrid, mas confia na classificação pela quarta vez consecutiva às quartas de final da Liga dos Campeões, a partir das 16h45min desta quarta-feira contra o Bayer Leverkusen (vitória por 4 a 2 na ida, na Alemanha).
Antes da chegada de Simeone em 2011, os Colchoneros tinham fama de "amarelões", mas com o argentino o Atlético começou a jogar de igual para igual com Real Madrid e Barcelona, chegando a duas finais de Champions, em 2014 e 2016, em ambas as vezes perdendo para o arquirrival da capital espanhola.
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Nesta temporada, o clube vem sofrendo com uma certa falta de sorte e uma série de lesões: o acidente doméstico do capitão Gabi, o traumatismo craniano de Fernando Torres, os problemas judiciais do zagueiro francês Lucas Hernández.
Isso sem esquecer a proibição de contratar novos jogadores imposta pela Fifa, da qual o clube recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) e espera uma decisão final na primavera.
– Não está sendo uma temporada fácil – reconheceu o técnico argentino, que, contudo, afirmou que "é a mais linda de todas, porque se conquistarmos nosso objetivo com todas as dificuldades, será um ano magnífico".
Em meio à tormenta, a equipe de Simeone soube não se abalar. Atualmente, ocupa a 4ª colocação da Liga Espanhola, que vale a classificação à fase preliminar da próxima Champions.
Mas nada e certo, já que o terceiro colocado Sevilla parece difícil de complicar, enquanto Villarreal (5º) e Real Sociedad (6º) estão próximos.
Menos regularidade
– É a temporada mais difícil para entrar na Champions. Tivemos uma queda na regularidade e as outras equipes melhoraram. Até o final, teremos que correr e trabalhar muito para alcançar os objetivos – afirmou Simeone.
Ao longo de uma campanha de altos e baixos, a imprensa espanhola acredita ter percebido um desgaste na ferrenha garra Colchonera que fez tremer a Europa nos últimos anos.
"Aparecem uns primeiros sinais de esgotamento da fórmula. O comando de Simeone, que levantava um dedo e todos respondiam como pupilos, começa a ser colocado em dúvida", escreveu Alfredo Relaño, diretor do diário esportivo AS.
Menos intenso na defesa, menos coletivo no ataque e mais dependente de lampejos de Antoine Griezmann, o Atlético assusta menos.
– Este ano temos jogadores diferentes, jogadores mais jovens e tudo isso leva um tempo", se defendeu Simeone, garantindo que, apesar de ter atacantes mais técnicos, o estilo da equipe é o mesmo.
Futuro
De fato, o clube madrilenho segue sendo capaz de complicar a vida de qualquer equipe em jogos de mata-mata, como o Barcelona, que sofreu para se classificar à final da Copa do Rei, vencendo o Atlético após duas partidas parelhas (2x1, 1x1).
A pergunta que paira no ar é: será Simeone capaz de manter seus jogadores confiantes e motivados por muitos anos? A resposta a esta pergunta dependerá do resultado da temporada para o Atlético, assim como o futuro do técnico.
Cheio de dúvidas após a derrota na final da Champions em maio de 2016, Simeone optou por continuar no Atlético, mas sua decisão de diminuir o contrato de 2020 para 2018 alimentou algumas preocupações na torcida Colchonera, ao mesmo tempo que alimentou as esperanças de outros clubes europeus.
O técnico argentino garantiu que seguirá no clube no ano que vem para inaugurar o novo estádio de 70 mil lugares que o Atlético está construindo no leste de Madri.
Enquanto isso, Siemone precisa mostrar que segue sendo o homem forte do banco de reservas do Atlético, começando pela partida de volta da Liga dos Campeões contra o Bayer Leverkusen.
Apesar do clube alemão visitar o Vicente Calderón sem muitos de seus titulares, o Atlético também deverá lidar com as baixas de Filipe Luis e Gabi (suspensos) e as dúvidas em relação às presenças de Kevin Gameiro e Fernando Torres (lesionados).
*AFP