O goleiro Bruno fechou com o Boa, de Minas Gerais, enquanto está em liberdade graças a um habeas corpus concedido até que haja o julgamento do seu recurso no caso Eliza Samúdio. Sem jogar desde 2012, o goleiro afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que merece a segunda chance que recebeu do clube mineiro.
– Todas as pessoas merecem uma segunda chance, o direito de recomeçar. Não é porque uma pessoa caiu que tem que ficar no buraco. Ela tem que pegar o que fez de errado, aprender e se tornar uma pessoa melhor. As pessoas tentaram enterrar o meu sonho em um erro que talvez eu tenha cometido. Erros acontecem na vida, principalmente quando você está perto de certas pessoas e o dinheiro e a fama te cegam. Teve época da minha vida que eu joguei a toalha, mas pessoas que estavam próximas de mim, como a minha mulher, a Ingrid (Calheiros), nunca concordaram com isso. A pessoa que sai do mundo onde eu estava e pede oportunidade é para não se tornar bandido. Não sou bandido – disse.
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Perguntado sobre qual erro havia cometido, Bruno foi reticente:
– Não sei. A Justiça acha que sim. Eu não sei. Acho que não.
Ex-goleiro de Atlético-MG, Corinthians e Flamengo, Bruno falou sobre a retomada da carreira com os treinos no Boa. Sua expectativa é estar liberado para jogar em menos de dois meses.
– O clube me deu todo o apoio para eu jogar quando estiver totalmente pronto. Tenho que saber trabalhar com o tempo. O corpo, a mente pode estar falando para você que você pode voltar, mas não podemos agir com emoção. Por enquanto, os treinos são leves. Não estou sentindo dor, mas a maratona de treinos ainda vai começar. Para mim, está sendo tudo muito novo. Estou bem tranquilo, sem dor muscular. Estou sentindo falta até delas – contou.
Na vida pessoal, Bruno revelou ter o desejo de se aproximar do filho de Eliza:
– Na primeira oportunidade que tiver, quero encontrar o Bruninho. É o maior desafio da minha vida. Quero me aproximar dele, filho é para sempre. É um pedacinho da gente.