Ronaldo Jacaré é um dos melhores pesos médios do mundo no MMA. Mesmo com seis vitórias em sete lutas no UFC, o brasileiro não recebeu uma chance de disputar o título da categoria – que hoje está nas mãos do inglês Michael Bisping. No sábado, no UFC 208, o capixaba terceiro colocado no ranking dos médios enfrentará Tim Boetsch, que ocupa apenas o 13° lugar.
Em entrevista a ZH, Jacaré falou sobre a postura dos adversários da divisão, o duelo em Nova York e a perspectiva de crescimento da carreira.
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O que você tem a ganhar na luta contra o Tim Boetsch?
Não tenho muita coisa a ganhar em nível de ranking, mas não posso ficar parado vendo todo mundo lutar, menos eu. Os adversários da categoria estão correndo. O Rockhold correu de mim, o Bisping já fez uma maratona de tanto correr. Então, vou lutar pelo desafio e para me manter ativo. Observei que a grande maioria dos lutadores que fica muito tempo sem lutar volta mal, sem ritmo e é derrotado. Não quero que isso aconteça comigo.
Você projeta lutar pelo cinturão se vencer ou não acha que o UFC vai lhe dar esta chance?
Eu projeto vencer todos os adversários que o UFC colocar na minha frente. É assim que vai ser. Não sei quando irei disputar o título, mas sei que vou enfileirar todos os meus oponentes. Assim chegarei até o título.
Você acha que o Michael Bisping está se protegendo ao não lutar com você?
Ele deve estar se borrando de medo de me enfrentar. Nunca vi alguém correr tanto de uma luta como ele corre de mim. Ele é um cara duro, perigoso, já mostrou isso ao conquistar o cinturão, mas sabe o que acontecerá quando ficarmos frente a frente no octógono. Ele é um fujão, um campeão de meia tigela.
Uma revanche com Yoel Romero está nos seus planos?
Vamos nos reencontrar, tenho certeza disso. Eu nunca perdi uma revanche, e com ele não será diferente. Ele me ganhou dopado, roubado, tudo mais. Eu venci aquela luta. Espero que ele seja minha próxima luta. Estou totalmente focado no Tim Boetsch, que é um cara muito perigoso, mas quero lutar novamente contra o Romero.
O que significa lutar no mesmo card do Anderson Silva? Como você acha que ele se saíra?
É bom tê-lo por perto. Treinamos juntos, e o camp foi ótimo. É um prazer ter um cara como ele te ajudando. Trocamos muitas técnicas durante os treinos. Sinto que ele está bem motivado, então tenho certeza que ele fará uma grande luta.
O que representa para você lutar na cidade de Nova York?
Tem sido uma experiência muito legal, só está um frio danado por aqui (risos). Vim do Rio de Janeiro, sou natural do Espírito Santos, criado em Manaus, então estou acostumado com o calor. Mas tem sido muito legal. Nova York é a capital do mundo, tudo acontece por aqui. Estou ansioso para entrar na arena e ver a galera toda fazendo a boca do jacaré, o gesto que faço com os braços na caminhada até o octógono.
Você tem recentemente enfrentado lutadores que estão abaixo no ranking. Por que você acha que esta tem sido a postura do UFC?
Quero me manter ativo e os tops estão correndo de me enfrentar. Não tem jeito, tenho que lutar contra quem está abaixo de mim no ranking. O campeão parece um maratonista de tanto correr, isso atrapalha quem quer disputar o cinturão.
Você já pensou em mudar de categoria para ter mais chances?
Nunca pensei nisso. A categoria médio é o meu lugar. Serei campeão dela em breve. Quero dar essa alegria ao povo brasileiro.
*ZHESPORTES