Após duas semanas de saques e voleios disparados por centenas de meninos e meninas de diferentes nacionalidades, o 47º Banana Bowl chega ao fim neste fim de semana, no Recreio da Juventude, em Caxias do Sul. As finais nas categorias 14 e 16 anos ocorrem neste sábado, enquanto o domingo será reservado para os ainda mais novos, que se enfrentam na categoria até 12 anos e no Tennis Kids (entre 8 e 11 anos). Com entrada gratuita, é uma boa oportunidade para conferir de perto alguns tenistas que prometem despontar no cenário internacional nas próximas temporadas.
Um deles é Matheus Pucinelli, 15 anos, único brasileiro a resistir na categoria de 16 anos. Paulista de Campinas, o menino é acostumado a competir em categorias mais avançadas, até 18 anos, e entrou no Banana Bowl como favorito ao título. Filho de um professor de tênis, Matheus pratica o esporte desde os quatro anos de idade. Disputa o Banana Bowl desde os 10 e já teve duas conquistas.
– É um torneio bem importante aqui no Brasil porque sempre vem bastante estrangeiros e é uma oportunidade de medir forças. O nível é sempre muito bom. Fui apontado como favorito desde o início e isso é uma pressão, mas que eu tento fazer com que não me impeça de jogar solto – diz o guri.
Fã do britânico Andy Murray, Pucinelli treina forte para conquistar aquele que é o objetivo de tantos adolescentes que não medem esforços e transformam horas que poderiam ser de diversão em disciplina para melhorar o desempenho: ser profissional e competir ao redor do mundo:
– Vou treinar duro para testar o meu máximo e conseguir atingi-lo. Já disputei alguns torneios profissionais, mas este ano quero intensificar para conseguir entrar no ranking mundial.
Entre os olhares que Matheus Pucinelli tem recebido nas quadras do Recreio da Juventude, um deles é especial, mesmo que o encare como um rival. Trata-se de Gustavo Luza, 54, ex-jogador argentino que agora atua como treinador de garotos. Em Caxias do Sul, acompanha um de seus melhores pupilos, Luciano Tacchi, outro semifinalista na categoria 16 anos.
Como atleta, Luza chegou a ser o número 37 do mundo no ranking de duplas e comemorou cinco títulos da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Aposentado das quadras, chegou a treinar a seleção argentina que disputou a Copa Davis, entre 2002 e 2004. Luza considera o Banana Bowl referência para o continente:
– É um torneio com muita tradição, que para nós, argentinos, é sinônimo de tênis infantil e juvenil na América Latina. Muitos bons jogadores passaram por este torneio.
Caxienses em quadra
Os dois principais jovens talentos caxienses no tênis também entraram em quadra pelo 47º Banana Bowl. Amanda Oliveira, 11, que defendia o título na categoria 12 anos do torneio, não conseguiu repetir o bom desempenho. Foi derrotada na segunda rodada pela boliviana Nadia Paz.
Já Gustavo Tedesco, 11, atual número 6 do ranking nacional na categoria, venceu ontem na primeira rodada o paulista Vitor Hugo com um duplo 6x0 e avançou para as oitavas de final. Tedesco entra em quadra nesta sexta-feira para disputar as oitavas e, caso avance, as quartas de final.