Do time que conquistou a América, restou a fotografia. Só cinco dos 11 jogadores do Atlético Nacional-COL – quatro do sistema defensivo – que entraram em campo em 27 de julho de 2016 para o confronto decisivo da Libertadores com o Independiente del Valle, no Atanasio Girardot, permanecem em Medellín.
A campanha de 10 vitórias, três empates e uma derrota deu visibilidade ao clube colombiano. Sobretudo no Brasil. Dos seis titulares, metade foi parar no Brasil: o meia Guerra e o atacante Borja, contratados pelo Palmeiras, e o atacante Berrío, hoje no Flamengo.
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Os colombianos faturaram R$ 56 milhões com a venda desses três jogadores para o futebol brasileiro, mais R$ 5 milhões com Jonathan Copete, negociado com o Santos antes da semifinal da Libertadores.
Também deixaram o Atlético Nacional o zagueiro Davinson Sánchez (Ajax), o volante Mejía (León-MEX) e o atacante Marlos Moreno (vendido para o Manchester City e emprestado ao La Coruña). O volante Sebastián Pérez, que não atuou na decisão por estar suspenso, foi contratado pelo Boca Juniors por R$ 8,3 milhões. No total, entraram no cofres do clube pouco mais de R$ 100 milhões.
Na Colômbia, agora, não há um consenso sobre até onde o Atlético Nacional pode chegar na Libertadores deste ano. Repórter da Radio Caracol, Julian Capera entende que o desmanche no grupo fez a qualidade da equipe despencar:
– Apesar de trazer jogadores importantes como Dayro Moreno (atacante), Edwin Valencia (volante) e Aldo Leao Ramírez (meia), o time perdeu força no ataque. No começo do campeonato nacional, ainda não perdeu, porém apresenta menos volume ofensivo e o jogo flui menos.
A mescla de novos reforços com "uma base importante", entretanto, não tira o otimismo do repórter Yony Gutiérrez, da RCN-Antena 2 Medellín. O jornalista acredita na possibilidade do time de repetir o feito de 2016. No entanto, aponta um dificuldade que Atlético Nacional tem encontrado a partir de uma perda para o futebol brasileiro:
– Na posição do Berrío, extrema pela direita, ainda não foi encontrado o substituto ideal. Opções foram testadas, mas não foi achado o jogador certo. No lugar do Borja, encontrou-se Dayro Moreno. E no caso de Guerra, que não era titular, mas ótimo substituto, há bons jogadores para o setor.
O dinheiro das vendas dos campeões da América não será revertida em contratações de vulto. O clube espera agora colher os frutos de um investimento iniciado em 2014 e que foi apresentado no fim de janeiro: um centro de alto rendimento de 2.930 metros quadrados.
Entusiasta do projeto, o ex-técnico do Atlético Nacional e atual comandante da seleção mexicana, Juan Carlos Osorio, elogiou a nova estrutura, que conta com campo com dimensões oficias, campo de grama sintética, academia, departamento médico, piscina, escritórios, espaço de entretenimento, entre outras atrações. Na avaliação do colombiano, ex-técnico do São Paulo, o "centro de alto rendimento é o melhor da América do Sul".
Onde estão os campeões:
Em pé, da esquerda para direita
Miguel Borja: vendido ao Palmeiras por R$ 33 milhões
Alexis Henríquez: permanece no clube
Orlando Berrío: contratado pelo Flamengo por R$ 11 milhões
Franco Armani: permanece no clube
Daniel Bocanegra: permanece no clube
Davinson Sanchez: foi para o Ajax por R$ 16,6 milhões
Agachados, da esquerda para direita:
Farid Diaz: permanece no clube
Alexánder Mejía: negociado com o Club León-MEX
Macnelly Torres: permanece no clube
Marlos Moreno: contratado pelo Manchester City por R$ 18 milhões, foi cedido ao La Coruña até junho
Alejandro Guerra: foi vendido ao Palmeiras por R$ 12 milhões
*ZHESPORTES