Desde a tragédia aérea que tirou a vida de 71 pessoas, entre elas quase todo o time da Chapecoense, o povo colombiano vem proporcionando inúmeras manifestações de carinho e solidariedade com os familiares das vítimas e com o povo brasileiro. Além de todas as belas homenagens feitas em Medellín, o técnico do Atlético Nacional, Reinaldo Rueda – que esteve presente no velório coletivo da delegação catarinense, neste sábado –, pretende ainda conquistar o título do Mundial de Clubes, no Japão, para dedicar ao time de Chapecó.
– Eu disse aos jogadores que a melhor homenagem que podemos fazer à Chapecoense, como colegas e como companheiros sul-americanos, é fazer um Mundial digno. Tomara que cheguemos à final. Deus queira que possamos oferecer este título à Chapecoense. Esta final que não pudemos fazer contra eles, por esta situação do destino, por um erro e uma negligencia absurda, nós vamos oferecer à Chapecoense, ao povo e à família dos jogadores. Vamos oferecer este reconhecimento e esta homenagem. Espero que tenhamos uma boa viagem e que possamos fazer um bom torneio – explicou o treinador, em entrevista à Rádio Gaúcha.
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O Atlético Nacional disputará a semifinal do Mundial de Clubes no dia 14 de dezembro contra um time ainda indefinido. Se os colombianos vencerem, enfrentarão possivelmente o Real Madrid, na final, no dia 18 de dezembro.
Rueda ainda falou sobre a homenagem que fez à Chapecoense na cerimônia da última quarta, no estádio Atanásio Girardot, quando disse que os atletas da equipe de Chapecó ficariam na história assim como os ídolos do Brasil campeões do mundo em 1970.
– A Chapecoense é uma equipe que tem a essência do futebol brasileiro, guardando as devidas proporções. Desde jovem, aprendi com o futebol brasileiro. Os meus primeiros professores foram Parreira e Zagallo. Nos anos 70, nós amávamos o futebol do Brasil e queríamos sempre que o Brasil ganhasse. Da mesma forma, esta equipe ficará para sempre nos nossos corações e na nossa memoria pelo que fez. Eu observei o comportamento do grupo nas partidas que vi, nos jogos com o San Lorenzo e o Junior e no último jogo com o Palmeiras, no domingo anterior. Creio que, por isso, eu fiz esta comparação com a seleção do Brasil de 70, na Copa do México, um time que também jamais será esquecido. O grupo da Chapecoense tinha o sonho de chegar ao titulo sul-americano, era um time que vinha muito forte e muito unido. Era um rival que esperávamos com muito respeito e esta comparação saiu de coração para definir o que significa este adeus à Chapecoense – afirmou o técnico.
Rueda ainda comentou a semana de luto após o acidente aéreo, na madrugada de terça e disse que os dias demoraram a passar.
– Foi uma semana muito difícil, muito triste. Os dias foram muito longos, pensando em nossos colegas e nossos companheiros. Foi um acidente absurdo que vitimou pessoas valiosas e nos deixou um vazio muito grande e deixou para as famílias a dor e um sentimento de impotências de algo que não tem explicação. Que Deus lhes dê fortaleza espiritual e resignação para aceitar este difícil momento – completou.
Veja fotos do velório coletivo na Arena Condá:
Torcedores acompanham o velório:
*RÁDIO GAÚCHA