Virou praxe da NBA: a liga se manifesta oficialmente a cada erro significativo da arbitragem para dizer que os homens do apito realmente falharam. A postura já gerou elogios pela transparência e críticas pela exposição que os árbitros têm. Os pontos positivos e negativos ficaram mais evidentes desde a rodada de Natal, no domingo passado, quando houve dois erros nos minutos finais da importante partida entre Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors.
O Warriors foi prejudicado em duas marcações da arbitragem, e o Cavaliers acabou por vencer o jogo por um ponto. Primeiro, LeBron James deveria ter recebido uma falta técnica por ficar pendurado no aro depois de uma enterrada. Em seguida, Richard Jefferson cometeu falta em Kevin Durant a três segundos do fim. No dia seguinte ao jogo, a NBA publicou uma nota para apontar os erros. E um dos prejudicados, Durant, ala do Warriors, saiu em defesa dos árbitros.
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– Os árbitros não perderem o jogo para nós. Nós perdemos aquele jogo. Deveríamos ter sido melhores. Penso que isso seja uma m**** que a NBA jogue os árbitros embaixo de um ônibus deste jeito – disse o camisa 35, apesar de ter confirmado que recebeu uma falta não marcada.
O técnico do Cavaliers também saiu em defesa da arbitragem:
– Há várias faltas ao longo do curso de um jogo que não são marcadas. É um jogo difícil de apitar, com os jogadores que temos, a maneira como os jogadores podem forçar faltas e contatos – analisou.
A polêmica não se resume ao jogo entre Cavaliers e Warriors. Para Paul George, ala do Indiana Pacers, os erros repetitivos de arbitragem precisam ser avaliados de forma mais profunda, e não apenas com admissões de erros pelos próprios árbitros e pela NBA.
– Fui multado diversas vezes. Tenho falado sobre as questões da liga. "Hey, não fizemos uma marcação. Hey, perdemos isso". Os árbitros durante os jogos dizem "Perdi esta marcação, perdi aquela marcação, desculpe, desculpe". Está ficando repetitivo. Eles veem isso, eles sabem o que está acontecendo. Eles são o que é uma falta. Eles sabem o que não é uma falta – disse.
Para Paul George, é o Pacers é tratado como um "pequeno irmão da liga" e, por isso, acaba prejudicado nas marcações.
– Desde que eu jogo, desde que visto este uniforme, temos travado esta batalha – completou.
A questão de arbitragem foi motivo de um debate exclusivo na negociação entre donos dos times e jogadores para um novo acordo coletivo de trabalho, que rege as relações trabalhistas da liga e foi renovado nesta semana. O comissário da NBA, Adam Silver, aceitou abrir uma linha telefônica exclusiva para receber ligações de jogadores com reclamações a árbitros.
A arbitragem da NBA é semiprofissional. Há um quadro fixo e uma associação que os representa, ainda que eles sejam liberados para exercer outras funções profissionais.
*ZHESPORTES