A companhia aérea LaMia, dona da aeronave que caiu em 29 de novembro passado na Colômbia deixando 71 mortos e seis feridos – a maior parte da vítimas integrava a delegação da Chapecoense –, ainda não pôde efetuar o pagamento do seguro, pois documentos-chave estão sob controle da Procuradoria da Bolívia.
A seguradora Bisa solicitou a documentação à empresa aérea para o pagamento de seguros aos familiares de falecidos e aos sobreviventes, mas esses recursos estão bloqueados pela Justiça, afirmou Gustavo Vargas, gerente da LaMia, citado pelo jornal El Deber de Santa Cruz.
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De acordo com a companhia boliviana, a aeronave estava assegurada em US$ 25 milhões (cerca de R$ 81,5 milhões), e estimava-se o pagamento de até US$ 165 mil (R$ 537,6 mil) por cada vítima fatal.
– Sei que em uma ou duas semanas a Procuradoria vai desbloquear a empresa, isso com certeza vai permitir que a mesma cumpra o pedido da asseguradora – afirmou o jurista.
No dia 29 de novembro, um BA-146 modelo RJ85 da LaMia caiu perto de Medellín, na Colômbia, matando 71 das 77 pessoas a bordo, entre elas o piloto e 19 jogadores da Chapecoense, além dos diretores do clube e jornalistas.
Uma investigação das autoridades aeronáuticas colombianas estabeleceu que a aeronave voou com combustível limitado para fazer a rota entre a cidade boliviana de Santa Cruz e o aeroporto José María Córdova de Rionegro, que serve Medellín.
Para esse trajeto (Santa Cruz-Medellín), a aeronave deveria contar com uma reserva de combustível para sobrevoar ao menos uma hora e quarenta minutos a mais, segundo o inquérito.
Sobre a aquisição do seguro por US$ 25 milhões, o governo boliviano apontou a existência de testas de ferro, pois teve de bloquear o mínimo de US$ 5 milhões em bens, mas o piloto Miguel Quiroga, um dos proprietários da empresa, não tinha propriedades.
Autoridades bolivianas disseram que será envidada à Colômbia toda a documentação requerida por autoridades aeronáuticas desse país, depois de elas terem reclamado da falta de cooperação de La Paz.
O governo anunciou também um processo contra o diretor da Aasana, a empresa estatal aeroportuária da Bolívia, Marcelo Chávez, por falta de cooperação.
*AFP