Um dos motivos para a Chapecoense estar na final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, que começa a ser decidida nesta quarta-feira, em Medellín, é a qualidade da comissão técnica, que tem até integrante da seleção brasileira. A força para a ascensão do clube está relacionada ao trabalho do preparador físico Anderson Paixão.
Ele teve uma breve passagem em 2008 e retornou ao clube no final de 2011, onde está até o momento. Em 2012, foi terceiro colocado no Estadual, com Itamar Schulle. Depois, participou dos acessos para a Série B e para a Série A.
Em 2014, ajudou a manter o time na Série A com o interino Celso Rodrigues e Jorginho. No ano passado, atuou com Vinícius Eutrópio e Guto Ferreira, com quem foi campeão Catarinense em 2016. Agora, com Caio Júnior, atingiu a melhor pontuação da história do clube no Brasileirão e está na final da Sul-Americana.
O treinador atual disse ter ficado surpreso com a condição física do time, que lhe permitiu disputar as duas competições em alto nível: Série A e Sul-Americana. Somente na partida de domingo, contra o Palmeiras, é que ele resolveu poupar vários jogadores.
Filho do preparador físico Paulo Paixão, campeão da Copa do Mundo de 2002, Anderson também foi auxiliar do pai no Mundial Interclubes do Inter em 2006. O sobrenome, apesar de trazer orgulho, também trouxe algumas desconfianças.
Anderson até pensou em fazer Publicidade, mas não passou no vestibular. Daí, resolveu fazer Educação Física e acabou seguindo a mesma profissão do pai. No início, foi trabalhar no Cruzeiro de Porto Alegre. Depois, virou auxiliar no Inter. Em carreira solo, atuou no Caxias-RS, Joinville, Bahia, Grêmio e Chapecoense.
Em 2014, foi convocado para ser auxiliar de preparação física na Seleção Brasileira que era comandada por Dunga. Dunga saiu e Paixão continuou na comissão do técnico Tite. Agora, pode conquistar o título mais importante do futebol catarinense: a Copa Sul-Americana.
Quais os desafios desse primeiro confronto?
A altitude não é problema. São 1,5 mil metros do nível do mar. O que preocupa um pouco é o calor, mas estamos preparados para desempenhar o melhor futebol possível.
A Chapecoense vem utilizando cada vez mais métodos científicos para definir quem joga, não é isso?
Não estamos fazendo nada por acaso. Temos o controle do que está sendo realizado. Iniciamos a recuperação após os jogos com suplementação hídrica, análise bioquímica de amostras de sangue, suor ou urina, e questionário de percepção de esforço e de dor. Isso nos dá parâmetros para tomar as decisões.
Como a experiência na Seleção Brasileira tem auxiliado no aprimoramento da preparação física?
Sempre é um aprendizado. Na Seleção, você está com a nata, com os melhores profissionais, com jogadores que atuam na Europa. Há uma troca de informações e a gente traz algumas experiências para cá.
A Chapecoense ainda gera comentários na Seleção?
Faz tempo que o clube vem chamando a atenção. Comentam que deve ser dado mais valor ao que tem sido feito. Pela Chapecoense chegar onde está chegando, todo mundo está acompanhando. Em três jogos, auxiliares do Tite estiveram acompanhando.
Você também fez uma aposta em permanecer na Chapecoense?
Não foi uma aposta, foi uma certeza. Eu precisava de um lugar para mostrar meu trabalho e a Chapecoense me deu oportunidade e tinha um bom projeto.
Desde o final de 2011, você trabalhou com diversos treinadores. Como se adaptar a diferentes características?
Sempre tive respeito pelas pessoas. Procurei ser o mais honesto possível, nunca com trairagem.
Essa continuidade no clube também ajudou a alcançar resultados tão bons?
Sim. A continuidade do grupo também ajudou, pois a gente tem a noção dos limites de cada atleta. É importante mexer o menos possível.
Quais são suas metas?
Agora, é o título da Copa Sul-Americana, vaga na Libertadores e ir para uma Copa do Mundo com a Seleção.
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