A noite de 17 de novembro de 2016 poderia ter sido pintada em vermelho e branco. Só não foi por culpa exclusiva de um time: o Inter. Na Vila Belmiro, o Santos bateu o Vitória por 3 a 2, dando a chance ao time de Celso Roth sair da zona do rebaixamento ganhando a partida contra a Ponte Preta. Mas, como é hábito nesse Brasileirão, o Inter falhou. De novo. O 1 a 1 com os paulistas deixou Roth e seus comandados no Z-4 — empatados em 39 pontos com o Vitória, mas perdendo nos critérios de desempate. Restam três partidas para o fim. E o Inter terá três clássicos pela frente: Corinthians, Cruzeiro e Fluminense. O Vitória jogará contra Figueirense, Coritiba e Palmeiras. E apenas um clube parece jogar contra o Inter: o Inter.
Heber Roberto Lopes nem bem havia dado início ao jogo de Porto Alegre quando, em Santos, Ricardo Oliveira marcou 2 a 1 para o time da casa. Resultado: comemoração nas arquibancadas do Beira-Rio. Parecia gol do Inter. Bem, os colorados levariam mais 11 minutos para voltar a comemorar. Após um começo elétrico, o Inter conseguiu o gol em um contra-ataque. Anselmo desarmou um adversário e passou para Valdívia. O cabeludo da camisa 29, que havia sido julgado e apenas multado no STJD, ao final da manhã, encontrou Anderson, que devolveu para Valdívia marcar, se esticando todo e desviando a bola com o pé direito, na pequena área. O Beira-Rio respirava aliviado. Mas por pouco tempo.
O Inter fez 1 a 0 cedo, mas não conseguiu mais pressionar a Ponte. E os paulistas volta e meia contra-atacavam, e a tensão no estádio crescia. Qualquer erro poderia fazer o Inter desabar em campo — como no inconcebível empate em casa com o Santa Cruz.
"Não podemos recuar, deixar a equipe deles vir para cima. Temos que tentar fazer mais gols", disse Valdívia, no intervalo.
No segundo tempo, a Ponte Preta voltou com dois atacantes, Rhayner e o ex-Inter Wellington paulista, nos lugares do zagueiro Douglas Grolli e do atacante Felipe Azevedo. E a Ponte só não empatou o jogo aos 10 minutos porque o Inter tem ao menos um grande goleiro. Com a defesa envolvida, Pottker ficou cara a cara com Danilo, que salvou o time — uma vez mais. O problema é que, um minuto depois, nem Danilo salvou. Em cobrança de escanteio, Antônio Carlos subiu sozinho e cabeceou para empatar.
O gol foi merecido para um time que recuou demais em vez de avançar. Celso Roth foi vaiado ao mencionar trocar o lesionado Paulão por Alan Costa, enquanto a torcida pedia "Seijas, Seijas, Seijas". O técnico perdeu para a torcida e mandou Seijas a campo. Nesse momento do jogo, o Inter já havia sido dominado pelo nervosismo e nada mais parecia dar certo. A ponte quase virou com Clayson. O Inter era um time desesperado em campo.
Nem mesmo com o grito da torcida o Inter conseguiu reagir. Talvez essa tenha sido a última chance de passar o Vitória. O Inter parece caminhar com vigor rumo à Série B. Restam três rodadas para o ano acabar, para que o time de Celso Roth aponte qual será o futuro do clube a partir de 2017. O Inter está em apuros. E parece aquele que menos se ajuda.