A Superliga Masculina de Vôlei ganhou vários reforços olímpicos para a atual temporada. Dos 12 campeões dos Jogos do Rio pela seleção brasileira, 10 estão atuando pelo campeonato nacional. O Sesi-SP é quem abriga o maior número de atletas dourados: quatro. Entre os craques está o capitão do time verde e amarelo: o levantador Bruninho.
Bruno Rezende coleciona títulos por onde passa. Já ganhou seis edições da Superliga, Copa do Brasil, Sul-Americano e, nos últimos anos, Campeonato Italiano, Supercopa e Copa da Itália. Pela seleção, além do ouro no Rio, foi prata em Pequim e Londres, campeão mundial em 2010 e de quatro Ligas Mundiais. Currículo que derrubou por terra todas as desconfianças e críticas que recebeu no início de carreira por ser filho do técnico Bernardinho.
Bruninho passou os últimos dois anos atuando no vôlei italiano. Defendeu o Modena por duas temporadas, clube o qual já havia jogado em 2011/2012. Em 2016, decidiu que era o momento de voltar. E o reinício no Brasil está sendo intenso.
– Estou muito feliz por desfrutar um momento como esse, depois de um título olímpico. Era o momento de retornar para ver o movimento do voleibol crescendo no país – acredita Bruninho.
Após a partida de sábado, contra o Bento Vôlei, Bruninho conversou com o Pioneiro.
Assédio do público
– O público está sendo maravilhoso. Jogamos em Maringá, jogamos agora aqui em Bento. Podemos viajar o Brasil por Paraná, Rio Grande do Sul, depois Montes Claros e os ginásios estão sempre cheios. Isso é muito bacana. Mostra que o vôlei está crescendo e que é uma paixão do povo.
Nível técnico da Superliga
– Acredito que o nível técnico vai melhorar durante a competição. A grande diferença para o voleibol europeu é o saque. Lá o saque acaba sendo mais forçado e o jogo acaba sendo uma pancadaria maior. Aqui é um pouco mais técnico. Acho que essa força é uma diferença que eu tenho sentido do voleibol europeu para o brasileiro. Mas acredito também que, ao longo da competição, vá melhorar.
Ouro olímpico
– Isso é maravilhoso, é o fruto de um trabalho de tantos anos. Nós corríamos atrás de uma medalha de ouro olímpica desde 2004. Foram duas pratas, que são belos resultados também. Mas faltava a de ouro, ainda mais para a nossa geração. Consegui-la, ainda mais no Brasil, foi sensacional. Agora é importante conseguirmos fomentar o vôlei no Brasil, para que ele continue crescendo.
Os clubes
– É complicada a situação porque depende muito do apoio econômico, principalmente das empresas. Nós sabemos que a iniciativa privada é muito importante no Brasil e estamos vivendo uma crise econômica. Fica difícil. Seria muito egoísmo da minha parte querer que as empresas invistam no vôlei, sendo que vivemos uma crise. Nós temos crescido em relação a televisão, cada vez mais jogos são transmitidos. O caminho é esse. Precisamos cada vez mais de transparência da Confederação Brasileira e que os clubes se organizem. Mesmo que eles não tenham grandes folhas salariais, mas que paguem em dia. Tudo isso é muito importante para dar uma certa sustentabilidade para um projeto a longo prazo.
Objetivos na seleção
– Eu, tendo condições físicas, técnicas e sendo convocado, pretendo ficar mais quatro ou oito anos na seleção. O quanto eu conseguir. Agora é pensar aqui no Sesi. Temos o objetivo principal que é o de chegar em uma final da Superliga e precisamos melhorar muito para conquistar isso. No momento, a seleção fica um pouco de lado e a gente foca só no clube.