A Chapecoense está a dois jogos de pintar a América de verde. O time catarinense que representa o Brasil na Copa Sul-Americana eliminou o San Lorenzo na semifinal, após empate em 0 a 0 na Arena Condá, na noite desta quarta-feira. O gol marcado em Buenos Aires, no empate por 1 a 1, no primeiro confronto, deu a vantagem ao Verdão. Os jogos da grande final estão marcados para os dias 30 de novembro e 7 de dezembro.
Foram 21 dias de espera desde o primeiro confronto. A ansiedade tomou conta da torcida e do próprio time, que neste intervalo garantiu a permanência na Série A do Brasileirão.
Tiaguinho, que era dúvida, nem dormia direito. A torcida menos ainda. Tanto que quatro horas antes jogo já tinha gente nos arredores do estádio para receber a delegação. O clima de decisão já começou com a chegada do ônibus com sinalizadores, fumaça verde e bateria. Ao sair do ônibus o técnico Caio Jr vibrou muito com a torcida.
Foi com ela que ele contou nas vitória sobre o Cuiabá, Independiente e Junior Barranquilla, nas fases anteriores. A torcida entendeu a importância do jogo e compareceu em número recorde no ano. E vibrou a cada lance. Seja nos "chapéus" de Tiaguinho ou nos carrinhos de Matheus Caramelo.
O jogo era muito pegado. Ananias levou um tranco e nem falta o juiz marcou. O time do Papa Francisco tinha remanescentes da conquista da Libertadores de 2014. Entre eles o goleiro Torrico, que conseguiu mandar para escanteio uma finalização de Ananias. Outro campeão da Libertadores, Emanuel Mas recebeu na direita e concluiu com perigo, porém Danilo fez boa defesa.
Foi o único lance perigoso do adversário no primeiro tempo. A Chapecoense também tinha jogadores experientes chegou a comemorar um gol de Thiego, mas o juiz anulou marcando impedimento.
No segundo tempo a tensão aumentou pois o San Lorenzo, que precisava marcar, foi para cima. Blandi, que entrou na etapa final, obrigou Danilo a fazer boa defesa logo no início. Logo depois o “estádio” prendeu a respiração quando Emmanuel Mas mandou a bola no poste.
Lucas Gomes entrou no segundo tempo e logo no primeiro lance chutou no ângulo do goleiro Torrico, que ainda mandou para escanteio. Lucas Gomes chamou a torcida para empurrar o time rumo à classificação. Com essa energia a Chapecoense manteve a tradição de nunca ter perdido jogo da Sul-Americana na Arena Condá.
A Chapecoense é o orgulho do Brasil. Imagina então para quem é catarinense e chapecoense. A alegria é tão grande que não cabe num estádio.
O próximo adversário será o vencedor de Atlético Nacional e Cerro Porteño, que jogam nesta quinta-feira, em Medellin. Mas a decisão será no Brasil, que pode ter o terceiro time campeão da Sul-Americana, ao lado e Inter e São Paulo. E isso representaria a Chapecoense na Taça Libertadores de 2017. A América está aprendendo a não duvidar desse time que veste verde e não tem medo de ninguém.
FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE (0)
Danilo, Caramelo, Willian Thiego, Neto e Dener Assunção; Josimar, Gil (Ségio Manoel) e Cleber Santana; Ananias, Tiaguinho (Lucas Gomes) e Kempes (Bruno Rangel).
Técnico: Caio Jr.
SAN LORENZO (0)
Torrico; Angeleri, Coloccini, Caruzzo(Diaz), Emanuel Más; Mussis (Ávila), Cauteruccio, Corujo (Blandi), Ortigoza, Blanco; Cerutti.
Técnico: Diego Aguirre
Cartões amarelos: Gil (C); Angelleri e Caruzzo, Blandi (SL)
Arbitragem: Daniel Fedorczuk, auxiliado por Miguel Nevas e Richard Trinidad (trio do Uruguai)
Local: Arena Condá, em Chapecó
Público total: 17.569
Renda: R$ 569.940,00
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