Aos 39 anos, o tenista André Sá curte os últimos torneios da carreira. Mesmo mantendo o alto nível – a prova disso é o atual ranking como duplista, 55º do mundo –, o mineiro abastece as redes sociais com imagens sem o lado tenso do circuito mundial. Ele está em outro clima. Nem se incomoda com o rótulo de "o último remanescente da Geração Guga", com quem formou a equipe brasileira semifinalista da Copa Davis, a Copa do Mundo do tênis, em 2000.
Já pensando no que fará após pendurar a raquete, Sá flerta com outras atividades. Neste final de semana, estará em Lajeado para uma conversa com tenistas e para um jogo-exibição no Clube Tiro e Caça. No bate-papo, contará um pouco das experiências vividas em 20 anos de tênis profissional. Um circuito que passou por transformações. Antes, ele conversou com ZH. Confira:
Neste ano, você chegou às quartas de final do US Open e disputou uma Olimpíada no Brasil (jogou ao lado de Thomaz Bellucci, perdendo na segunda rodada). Falta mais alguma coisa na carreira?
Já vivi de tudo, realmente. Mas, em 2017, vou continuar. É de ano em ano. Depende muito do físico, psicológico, fatores que têm que ir vendo ano após ano. Em 2016, chegamos às quartas de final do US Open, então é tudo um detalhe.
Leia mais:
Veja outras notícias sobre tênis
"Nunca tive dúvidas de que voltaria", comemora Sharapova
Djokovic fala em "reencontrar prazer de jogar" tênis
Mas o físico parece muito bem...
É, a carcaça por fora está boa, mas o "motor" vai diminuindo. Vou levando com muita calma, seriedade, disciplina, porque qualquer piscadinha a coisa pode desmoronar.
Já pensa em outra atividade, após encerrar a carreira de tenista?
Já comecei neste ano a dar algumas palestras para ser uma opção para o futuro. Temos contato com o pessoal dos torneios. Pode ser uma alternativa, contando histórias, experiências, usando o tênis como ferramenta.
Você viveu muita coisa em 20 anos de carreira. O circuito mudou muito?
O que mais mudou foi a internet. Ela mudou o ambiente do circuito na questão de interação, convívio. Antes, você acordava, treinava, conversava, às vezes jogava um futebol, baralho, ficava na conversa. Hoje, você chega, todo mundo tem seu telefone, tablet, computador.
Isso é ruim?
Isso faz parte. Não dá para dizer que é prejudicial. Com a família agora você tem contato o tempo todo. Faz parte da evolução.
E o tênis brasileiro, evoluiu?
Está indo de uma maneira positiva. A CBT (Confederação Brasileira de Tênis) desenvolveu mais, mas continuamos atrás das potências do esporte em questões como infraestrutura e qualidade de treinamentos. Isso ainda fica um pouco atrás. Depende de investimento.
*ZHESPORTES