Perder para o Náutico em Pernambuco está longe de ser um resultado anormal. Mas as circunstâncias da derrota me deixaram muito incomodado. Começo afirmando que o Brasil é superior ao Náutico tecnicamente. O Xavante fazia um jogo absolutamente lúcido e equilibrado na casa do adversário até o fim do primeiro tempo. A partida se desenvolvia basicamente entre as duas intermediárias. O primeiro tempo se encaminhava para o 0x0. Na etapa final, tenho certeza que a melhor condição técnica xavante nos levaria a vitória. Porém...
... chegamos aos 41 minutos do primeiro tempo. Numa dividida no alto, o volante rubro negro Washington faz falta no meia Marco Antônio. Com o jogador adversário no chão, o volante xavante pisa na cabeça do atleta do Náutico. Se houve ou não intenção, a interpretação é de cada um. O que me parece claro é que um dos jogadores mais experientes do grupo do Brasil, e esteio da confiança do treinador rubro negro, deu margem para que acontecesse a pressão dos jogadores do Náutico após o cartão amarelo.
Resultado: cartão vermelho e 1 a menos. Pouco depois, o golpe fatal: o mesmo Marco Antônio lança para a área, a bola encobre Cirilo e se oferece para Bergson que sem trabalho coloca sem chance para Eduardo Martini. O xavante vai para o vestiário levando 1x0 e com um a menos. Um quadro totalmente oposto ao que se avizinhava antes da expulsão.
Na etapa final, o treinador resolveu jogar sem articulador. Tirou Diogo Oliveira e colocou o volante Marcão. Como o Brasil é superior ao Náutico, foi para cima mesmo com 10 e chegou a estar melhor do que o adversário em boa parte da etapa final. E o empate não saiu por detalhe: em uma troca de passes entre Elias e Felipe Garcia, Garcigol bate rasteiro na frente do goleiro Julio Cesar que manda para escanteio em um milagre. O Náutico mesmo com um a mais era um time inseguro, que resolveu administrar contra-ataques.
Talvez o fantasma da Batalha dos Aflitos ainda ronde o time pernambucano. O segundo gol do Náutico saiu da única maneira possível. Em um contra ataque. Isso mesmo. Tomamos o segundo gol de contra ataque de um time que jogava em casa e com um a mais. E o mais bizarro: um gol contra! Rony puxou o contra-golpe pela esquerda, cruzou e Marcão desviou pra dentro. 2x0
O Brasil ainda teve Jonatas Belusso no lugar de Ramon e Nathan na vaga de Elias. Aliás, Felipe Garcia e Elias tomaram o terceiro amarelo e não enfrentarão o Bahia na Fonte Nova na sexta que vem ( 14). Á rodada ainda não acabou mas, para mim, tanto faz terminar em sétimo, oitavo, nono ou décimo. A questão é que a meta para acesso este ano ficou dificílima.
Uma última observação. Carece de uma explicação mais clara do treinador o por que de não usar o Marcos Paraná em um jogo complicado contra o Sampaio Correa em casa e contra o Náutico. Esse jogador tem uma técnica apreciável, habilidade, articula e chuta de fora da área. ( o goleiro da seleção brasileira que o diga ). Esta explicação é necessária na medida em que os mesmos que entram em todos os jogos pouco contribuem para uma reversão de dificuldades.