Acho constrangedores os comentários dos analistas de arbitragem nas transmissões de futebol. Constrangedor é um adjetivo educado. Na verdade, me causam desconforto. Razão pessoal, inclusive, de "tirar" o som da transmissão, às vezes.
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Acomodados nas confortáveis poltronas das distantes cabines de transmissão, privilegiados pela visão ampliada e periférica e, sobretudo, apoiados em vários replays televisivos, os analistas tecem severas críticas aos árbitros, face seus eventuais erros e desacertos durante o jogo.
Prisioneiros da necessária decisão imediata, com visão periférica e horizontal prejudicada, ainda que apoiados pelos árbitros auxiliares, os juízes brasileiros também são vitimados pela deslealdade, irresponsabilidade e amadorismo dos jogadores, eis que "artistas" da simulação e dissimulação.
Pior: os juízes são punidos pelas Comissões de Arbitragem por seus erros. O mesmo não acontece com os jogadores que induzem os árbitros aos erros. Pelo contrário, muitas vezes "elogiados" por sua esperteza.
E nem me reporto às patéticas intervenções de dirigentes de clubes que insistem em fazer insinuações "criminosas" e cogitar possíveis favorecimentos aos adversários, ignorando que o árbitro tem uma carreira, orgulho e uma imagem público-familiar a preservar. Aliás, as atitudes dos dirigentes são o retrato mais fiel do decadente nível do futebol nacional.
Rever o lance, apontar o erro do árbitro, tudo bem, mas insistir, rever 10 vezes e deitar "falação" é quase uma covardia. Perfilo-me entre os que entendem que as arbitragens são boas e evoluíram bastante relativamente ao passado. Não esqueçamos que a velocidade e a intensidade do futebol aumentaram muito à conta do aprimoramento da preparação física e técnica.
Deixem os árbitros em paz!
*ZH ESPORTES