Dan Henderson está prestes a escrever o último capítulo de sua história no MMA. Pode encerrar, de fato, com chave de ouro se vencer o inglês Michael Bisping no UFC 204, dia 1° de outubro, e conquistar o único grande feito que lhe resta no esporte: um cinturão do UFC. Aos 46 anos, dezenove deles dedicados às artes marciais mistas, Hendo foi campeão de duas categorias no Pride e deteve o cinturão dos meio-pesados no Strikeforce. De volta aos médios na parte final da carreira, o veterano explicou a decisão:
– Com o passar dos anos, tem ficado mais difícil manter o meu corpo na forma necessária. Por isso que eu decidi descer para os médios, porque é mais difícil ir contra caras mais pesados. Ter o Daniel Cormier em cima também não ajuda. Quando ele estava em cima de mim, decidi baixar de peso – afirmou Hendo, em entrevista ao MMA Fighting.
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A opção por descer para os médios depois da derrota por finalização para Cormier rendeu – contestados – frutos. Desde a mudança, alternou derrotas para Gegard Mousasi e Vitor Belfort com vitórias sobre Tim Boestch e Hector Lombard. Apesar de ser apenas o 12° colocado no ranking da categoria, recebeu a chance de disputar o título.
A escolha do UFC é basicamente comercial. Em 2009, durante sua primeira passagem pelo UFC, Hendo criou uma rivalidade com Bisping. As discussões fora do octógono resultaram em um nocaute brutal sobre o inglês no UFC 100. Aquela seria a sua última luta na organização antes de uma passagem pelo Strikeforce.
Quando Bisping surpreendeu o mundo do MMA ao tirar o cinturão dos médios de Luke Rockhold, uma simples provocação nas redes sociais rendeu a Henderson uma chance que nem ele próprio ainda considerava possível: disputar, pela terceira vez, um cinturão no UFC.
Quando o Pride foi extinto e integrado ao UFC, Hendo era campeão em duas categorias – meio-médios e médios do Pride, equivalentes a médios e meio-pesados do Ultimate. Teve chances consecutivas para unificar os títulos, mas perdeu para Rampage Jackson até 93 quilos e para Anderson Silva com 84 quilos.
Hendo chegou a se credenciar para uma disputa ao vencer Maurício Shogun na volta ao UFC no fim de 2011, mas uma lesão o tirou da trilha de Jon Jones. Na volta ao octógono, já não era mais o mesmo. Sofreu derrotas seguidas para Lyoto Machida, Rashad Evans e Vitor Belfort.
O americano já indicou que a luta com Bisping será o desfecho de sua longa carreira, que hoje mostra um cartel de 32 vitórias e 14 derrotas. Bisping é favorito, mas Hendo entra sem pressões e com a chance de pendurar as luvas com o ouro na cintura.
*ZHESPORTES