Foi marcada por tensão e drama a estreia de Renato Portaluppi no Grêmio, nesta quarta-feira, contra o Atlético-PR, na Arena. Outra vez ineficiente nas conclusões, o time perdeu por 1 a 0 no tempo regulamentar e precisou decidir em penalidades a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Nas cobranças, Marcelo Grohe, que havia falhado no jogo, fez sua parte, defendeu três cobranças e o time garantiu a classificação com o placar de 4 a 3. O adversário será conhecido sexta-feira, em sorteio na CBF.
Tudo poderia ter sido diferente se Henrique Almeida mostrasse um mínimo de eficiência. Logo a quatro minutos, em lançamento de Maicon, o atacante, surpresa de Renato para o começo do jogo, no lugar de Jaílson, ficou com apenas Weverton na sua frente e, ainda assim, chutou para fora.
Em termos de movimentação, o Grêmio repetia as partidas anteriores na Arena. Luan, aberto pela direita, assumia a criação com arrancadas sobre a marcação, pecando, por vezes, no excesso de individualismo. Douglas, jogador de confiança de Renato Portaluppi, acertava a maioria dos passes. Com maior posse de bola, o time ocupava o campo adversário e passava aos torcedores a impressão de que poderia converter em vantagem no marcador esse predomínio. Faltava, contudo, maior disposição para os arremates. E quando havia a tentativa, faltava precisão.
Pressionado, o Atlético-PR só tentou o primeiro arremate a 25 minutos, por Luan, sem perigo. Quando a fase não é boa, contudo, o risco de algo inesperado sempre está à espreita. E foi assim, a 29 minutos. Depois do chute cruzado do qualificado volante Hernani, da esquerda, Marcelo Grohe, ao tentar encaixar a bola, soltou-a nos pés de André Lima, que empurrou sem dificuldade para o gol. Ex-centroavante do Grêmio, André Lima preocupou-se em consolar o goleiro do Grêmio pela falha.
A partir daí, o nervosismo instalou-se entre os jogadores e a torcida. Cada lance errado provocava uma onda de indignação de uma torcida que não consegue entender porque um time tão promissor há pouco mais de um mês hoje perdeu o sentido de coordenação e não executa de forma correta nem mesmo os lances mais simples. Jogador marcado pela torcida, Marcelo Oliveira tentou um chute enviesado de fora da área, aos 38 e foi apupado. Preocupado, Renato chamou Luan e o instruiu com gestos largos à beira do gramado.
O primeiro tempo terminou com uma vaia como havia muito tempo não escutava na Arena. O segundo se iniciou outra vez com a supremacia do Grêmio, que se tornava infrutífera diante da correta marcação do Atlético-MG e da incapacidade dos atacantes de finalizar bem os ataques.
O clima azedou de vez a 17 minutos. Substituído por Guilherme, Henrique Almeida deixou o campo com um gesto obsceno para a torcida. Sob forte xingamento, o centroavante refugiou-se na casamata, onde permaneceu até o final da partida. Renato pediu calma aos torcedores. A tensão, no entanto, estava instalada definitivamente e era evidente a influência negativa que ela exercia sobre o time. O Grêmio, lutando contra os próprios nervos, perdia-se em uma atuação precária. Se sobrava aplicação, o acabamento era ainda inferior ao dos últimos jogos.
Na base da pressão, as chances foram se sucedendo. A 30 minutos, Maicon, dentro da área, concluiu nas mãos de Weverton. Aos 31, nova defesa salvadora do goleiro, em arremate de Guilherme. Mais clara ainda foi a oportunidade que Luan perdeu a 36 miutos, sem marcação. Com tanto desperdício, não houve outra solução que não a decisão em penalidades máximas. Que teve final feliz.