Ao receber o Troféu Guri, distinção oferecida a gaúchos que se destacaram em suas áreas mundo afora, Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de Esportes do Comitê Olímpico do Brasil, fez uma avaliação do Brasil nos Jogos do Rio.
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Queria agradecer à Radio Gaúcha e ao Grupo RBS pela honra de receber o Troféu Guri. Mas tenho de obrigatoriamente dividir o prêmio com os atletas e treinadores do Time Brasil e com a torcida brasileira, que jogaram lá para cima a autoestima deste país. Eles conseguiram que as crianças aprendessem a cantar o Hino Nacional e tivessem orgulho em usar o verde e amarelo do nosso uniforme. Saímos dos Jogos Rio 2016 com a sensação do dever cumprido. Foram 465 heróis brasileiros, defendendo as nossas cores, muitos deles gaúchos como eu. Foram 19 medalhas em 12 diferentes esportes, além das 71 finais e 19 quartos e quintos lugares na melhor participação do Brasil. Nunca mais nos esqueceremos dos melhores 17 dias deste país:
– 3 medalhas do judô: o bronze do Baby, o ouro da Rafaela que saiu lá da Cidade de Deus e o bronze da linda gaúcha Mayra Aguiar, da minha Sogipa;
– 3 medalhas da ginastica artística com Arthur Zanetti, Arthur Nory e um Diego Hypolito dizendo "caí de bunda em Pequim, cai de cara em Londres, mas hoje caí de pé aqui no Rio e levo minha medalha para casa";
– Felipe Wu, que no primeiro dia levou a prata no tiro;
– Ou o Robson Conceição, pegando o primeiro ouro do boxe brasileiro;
– O que dizer do garoto Thiago Braz, que, com apenas 22 anos, bateu o recorde olímpico no salto com vara, deixando para trás o campeão e recordista do mundo;
– No volei de praia, uma prata das meninas Barbara e Agatha e um ouro de Alison e Bruno;
– E quem vai esquecer do baiano da canoagem Isaquias Queiroz, primeiro brasileiro a ganhar três medalhas em uma Olimpíada, uma delas com o também baiano Erlon?
– O Maicon, do taekwondo, levou a primeira medalha masculina da modalidade;
– Junto com a oitava medalha da família Grael, ganha por poucos centímetros pela Martine e Kahena;
– E as lindas imagens de Copacabana, que mostraram a batida em quarto lugar da Poliana Okimoto da maratona aquática, que virou o primeiro bronze da modalidade.
Mas os Jogos não poderiam fechar de um jeito melhor: o futebol ganhar o ouro pela primeira vez no Maracanã, contra a Alemanha, nos pênaltis. E, para completar, Bernardinho e Escadinha liderando o vôlei para o tri.
Esses são os momentos que ficarão na nossa memória. Juntos, todos nós fizemos história.
*ZHESPORTES