A judoca Maria de Lourdes Mazzoleni Portela, 28 anos, esteve em Santa Maria no final de semana, onde recebeu homenagem, o carinho dos amigos e dos familiares. A atleta deixou o Rio de Janeiro no último dia 14, depois de participar da Olimpíada 2016. Na terça-feira, ela participou da recepção à judoca Mayra Aguiar em Porto Alegre – elas são colegas na Sogipa – e ficou na Capital até sexta, quando veio para o Coração do Rio Grande.
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Em Santa Maria, cidade onde veio morar com seis anos de idade, Maria Portela, que é natural de Júlio de Castilhos, comemorou o aniversário do futuro sogro e pôde curtir um tempo com a família até a tarde deste domingo, quando retorna para Porto Alegre, onde mora com o noivo, Etierre Manhago, 28, treina e estuda.
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Na tarde de sábado, a Raçudinha dos Pampas falou com o Diário sobre os planos para o futuro. Depois da intensa preparação e da disputa dos Jogos no Rio, Maria quer retomar a faculdade de Educação Física, na Sogipa, e "descansar, recuperar o corpo e a mente." Na Olimpíada, Maria foi eliminada nas oitavas de final por cometer uma irregularidade na luta contra a austríaca Bernadette Graf.
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Na segunda-feira, a judoca volta às aulas, que tantas vezes teve de interromper por causa dos treinos e competições. Como tem um mês de descanso, ela deve retomar os treinamentos no judô em meados de setembro. Até lá, vai aproveitar o tempo livre para cuidar da saúde e tratar algumas lesões decorrentes dos Jogos.
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Quanto à Olimpíada de 2020, Maria prefere não fazer projeções.
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– Prefiro pensar ano a ano. Tenho o Campeonato Mundial na Hungria em 2017. É uma competição importante para mim, em que eu gostaria de subir no pódio, já que não tenho nenhuma medalha em mundial que não seja militar – disse a judoca.
Maria ainda não sabe se participará da seletiva, em janeiro de 2017, ou se permanecerá titular da seleção brasileira até a outra seletiva, em 2018. Ela espera orientação da Confederação Brasileira de Judô.
– Se tiver seletiva, vou disputar, com certeza, porque quero brigar por uma vaga no Mundial, então, tenho que me manter na Seleção – afirma.
Neste ano, ela ainda luta representando a Sogipa no Grand Prix marcado para novembro.
Maria foi revelada no projeto social Mãos Dadas, em Santa Maria. Aproveitando o ano de eleições, ela dá um recado aos candidatos ao pleito municipal:
– Invistam e apoiem os projetos sociais. O poder público é fundamental para mudar a vida das crianças, assim como mudou a minha. A pessoa que pretende entrar (na prefeitura) tem que incentivar o esporte, porque ele educa, muda a vida das crianças, que, muitas vezes, por não terem oportunidade, podem acabar se perdendo. A criança pode até não se tornar um atleta de alto rendimento, mas ela vai conviver melhor em grupo, vai respeitar os colegas e os mais velhos, vai ser uma pessoa melhor e não vai se envolver com a criminalidade – defende a atleta.
Para quem gosta do esporte, mas não é assim tão dedicado, Maria também deixa um recado:
– Nada é impossível. Eu nasci em um bairro pobre e poderia não ter muitas oportunidades. Então, crianças, se tiverem a chance de treinar, de aprender uma coisa nova, dediquem-se, acreditem nos seus sonhos. Obedeçam seus professores, seus pais. É possível. Não há limites.