O jornalista Jorge Kajuru, que estava sumido desde a noite de sábado, reapareceu na madrugada desta segunda-feira. Em entrevista ao portal Ego, ele garantiu que foi ameaçado de morte e seguiu o conselho de amigos para "passar um tempo fora".
– Não fui sequestrado. Estou ótimo. Sem nenhum machucado. A única coisa que aconteceu foi que eu sumi depois de ser avisado que estava ameaçado de morte – disse.
Ao UOL, Kajuru detalhou o que aconteceu:
– Em 2002, fui tirado de Goiânia num sábado às 11 da manhã num avião para São Paulo, porque algumas pessoas próximas alegavam que eu estava correndo risco. Essas mesmas pessoas me aconselharam a tirar uns 15, 20 dias e ir para um lugar seguro, o momento não estava bom para mim. Um jornalista foi assassinado com sete tiros no centro da cidade. Semana passada, quase mataram outro jornalista, quebraram a costela dele. Fiz minha mala, chamei dois seguranças, que são ex-policiais e falei: "Não temos prazo para voltar".
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Pelo Twitter, o jornalista já havia agradecido à imprensa e explicado que o motivo do sumiço era o medo.
Sem citar nomes, também repercutiu o caso de assassinato a um colega de profissão.
O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira da Silva, afirmou que está analisando como proceder com a investigação.
– Fizemos diligências desde ontem (domingo) no sentido de saber o paradeiro dele. A gente vai analisar o fato para ver se vamos tomar alguma providência. A princípio, em tese, não houve crime, já que ele não estava desaparecido – concluiu.
As denúncias que o fizeram fugir
Desde novembro de 2015, Kajuru está sob proteção policial após ter revelado um esquema de corrupção entre funcionários do Detran e parlamentares de Goiás. O jornalista, que trabalhou na Band, SBT e RedeTV!, já pensa em se mudar de Goiânia, mas promete não deixar de denunciar os esquemas de corrupção.
– Para denunciar as coisas em Goiás eu não preciso morar lá. Mas é a pior coisa que pode acontecer. No programa "Tele Kajuru Denúncia" recebo em médio 350 denúncias por dia, a maioria com documento. Tenho 200 horas de gravações do Marconi (Perillo, governador do Estado) e do (Carlinhos) Cachoeira. Coloquei as principais, as mais estarrecedoras. Não tem uma terceira pessoa sobre a qual eu faça uma denúncia tão grande – afirmou ao UOL.