Oito anos de Europa transformaram Douglas Costa em um atleta. O garoto de Sapucaia do Sul criado no Grêmio cresceu sete centímetros (saltou de 1m65cm para 1m72cm) e hoje pesa 74 quilos, sendo 53 de massa muscular. Em Porto Alegre, onde realiza tratamento para a lesão muscular que o deixou fora da Copa América, defendeu Dunga, mas disse que nenhum técnico brasileiro se compara a Pep Guardiola, que o levou para o Bayern de Munique.
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Pep Guardiola, o treinador que apostou em você, saiu do Bayern. Teme que sua trajetória no clube seja prejudicada?
Claro que eu queria que ele ficasse mais. Foi o cara que me acolheu, que me ensinou muitas coisas. Mas, conhecendo Pep, convivendo com ele, sei que ele é movido a desafios. E o novo desafio é chegar à Premier League tendo de montar um time novo. Eu quero ver isso, o futebol quer ver isso. É excelente para a carreira dele.
Ele é admirador do futebol brasileiro?
Ele gosta muito da competitividade com que os jogadores encaram as jogadas. Ele respira isso, é viciado em futebol.
O que você aprendeu mais com ele?
Acredito que minha vida mudou bastante com Guardiola. Por passar a confiar mais em mim. Ele foi o cara que me fez acreditar que eu poderia ser um dos melhores jogadores da minha posição. Ele me transformou nisso pela confiança que me passava a cada dia de treinamento, ou mesmo no treino de sala, que é a palestra, me mostrava os pontos positivos. Fez uma transformação legal.
É possível comparar o Guardiola com técnicos brasileiros?
Não consigo comparar ele com nenhum técnico brasileiro. A característica do treinador é ser mais tático ou ser mais motivador, ou dar esporro, achando que o jogador vai adiante com isso. Acho que Pep tem tudo isso num cara só. E isso o transforma no melhor. Não tem comparação.
Ele disse a você que tem o sonho de treinar a Seleção Brasileira?
Ele sempre esboça isso. Mas hoje é do City (Manchester). Vai ficar lá por um bom tempo.
Será que ele pretende levá-lo para o Manchester City?
Ele me levou para o Bayern. Não sei se quer me levar para o City também. Mas quero fazer uma história parecida com a de Lahm, Robben, Ribéry, que estão há um bom tempo no clube.
Por falar em esporro, você ainda lembra das broncas que recebia de Celso Roth no Grêmio. Aquilo o incomodava?
Aquilo eu tirei de letra. Eu sempre me adapto à maneira de o treinador trabalhar. Ele trabalhava assim, acredito que estava no seu direito de querer disciplinar o time. Para mim, serviu como aprendizado.
Como você observa o Grêmio lá de fora?
Não só o Grêmio como o futebol brasileiro. É um futebol um pouco mais lento. Quando comparo com um jogo de Bundesliga (campeonato alemão) ou Liga dos Campeões, parece que o futebol brasileiro é outro esporte. A agressividade que temos na Europa é totalmente diferente da que temos aqui. Bayern e Barcelona sufocam o adversário. Domingo, o Grêmio saía jogando e a Ponte Preta dava espaço. O volante tem tempo de girar, olhar, pensar e ninguém chegar. Na Europa, o adversário já roubou a bola. E nem precisa ser o Bayern de Munique. Pode ser o Colônia.
Aqui se fala que Luan pode jogar na Europa?
Já vi Luan em várias ocasiões. Não somos amigos íntimos, de trocar mensagens, mas cumprimento quando o encontro. Acredito que terá sucesso na Europa. É competitivo. Mas tudo tem seu tempo. Hoje, tem que ajudar o Grêmio. Quando chegar a oportunidade dele, terá que agarrar.
*ZHESPORTES