Não havia jogadores com salários milionários e tampouco valia a tão cobiçada medalha olímpica, mas a simulação realizada pelo Exército para preparar 410 militares do 29º Batalhão de Infantaria Blindada (29º BIB), que vão reforçar a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, não vai sair tão cedo da cabeça de jogadores e dirigentes do futebol amador de Santa Maria. A partida entre os times do Waldemar Rodrigues e do Boca Júnior, válida pela 16ª Copa Druzian, disputada no Estádio Presidente Vargas ontem à noite, teve direito a escolta das equipes das suas sedes até o local da partida e um fortíssimo esquema de segurança dentro, fora e nos arredores do estádio.
Entre dirigentes e jogadores dos dois times, o clima era de total euforia pela experiência que vivenciaram:
– É uma experiência única e diferente. Nunca tinha passado por nada parecido. Paro para pensar que é o mesmo tratamento que o Neymar vai receber lá (no Rio). É um momento único na vida de cada um de nós que está participando aqui hoje – comemorou Ronaldo de Lima, 25 anos, zagueiro do Boca Júnior, time de Camobi.
– É uma experiência muito legal, eleva o nome do time e do campeonato, é um evento diferenciado. Passamos uma semana nos preparando, a torcida, os jogadores, para dar tudo certo e não ocorrer nada de erro. Os jogadores estão se sentindo estrelas da Seleção – ressalta Márcia Gomes, presidente do Waldemar Rodrigues, equipe do bairro Carolina.
O teste
As atividades da tropa envolvida no treinamento começaram às 8h no Estádio Presidente Vargas. Além da situação normal de jogo, com torcida e times reais, também foram simulados alguns incidentes. À tarde, durante a varredura, os militares encontraram um artefato como se fosse para um ataque terrorista. A escolta dos times, a partir dos bairros Camobi e Carolina, foram um bom teste. Durante o jogo, incidentes como pessoas tentando entrar armadas e conflitos entre as torcidas também foram contornados pelos militares.
– Esse evento é um dos mais ricos em incidentes e em experiência para a tropa. No momento em que se coloca uma torcida de verdade, com instrumentos, a pressão sai dos 12 por 8, e esse termômetro é importante para a tropa – explica o major Marriton Santos Dias, que comandou a operação.
Os militares de Santa Maria estão pré-destinados à segurança de eventos no Complexo Esportivo de Deodoro e no patrulhamento ostensivo na comunidade do Chapadão, que fica no entorno do complexo. Na próxima quarta-feira, haverá um novo teste, também em uma rodada válida pelo amador. Até o fechamento desta edição, o jogo não havia terminado.