Não, eu não estou falando de tática. Ainda mais numa época em que o Atlético de Madrid venceu o Barcelona e está na semifinal da Champions League. O técnico argentino que conseguiu igualar os maiores da Europa com um orçamento inferior também é um dos melhores olheiros do mundo.
A história é sempre a mesma: o futebol brasileiro não tem dinheiro para contratar as grandes estrelas europeias e, por isso, é cada vez mais difícil montar um time competitivo com dinheiro reduzido. Usemos o exemplo do Atlético de Madrid.
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Ángel Correa tem 21 anos. Está virando protagonista de Simeone e há pouco tempo chegou a substituir Messi entre os titulares da Argentina nas Eliminatórias. Há uma temporada e meia, ele estava aqui ao lado do Rio Grande do Sul, no San Lorenzo. Chegou a jogar na Arena, contra o Grêmio. Em pouco tempo, está entre os maiores do planeta.
Giménez também tem 21 anos e está há três anos em Madri. Em 2013 foi contratado junto ao Danubio depois de ser um dos destaques de uma boa campanha no Campeonato Uruguaio. Virou titular da zaga ao lado do compatriota Godín tanto no clube, quanto na seleção de seu país. A próxima janela de transferências promete propostas pelo garoto de dois grandes times: Juventus e Real Madrid.
Kranevitter fará 23 anos no mês que vem. Campeão da Copa Libertadores da América com o River Plate no ano passado, foi titular por lá por pelo menos três anos. Demorou, mas a proposta europeia chegou. Os dois próximos já estão contratados e, provavelmente, alguns dirigentes brasileiros ainda nem os conheçam.
Aos 20 anos, Rafael Borré é titular do ataque do Deportivo Cali na Libertadores e já foi até chamado por José Pékerman para servir a Colômbia nas Eliminatórias.
Schiappacasse – de nome difícil e futebol fácil – tem apenas 17 anos. Mesmo com a pouca idade, chamou a atenção no River Plate do Uruguai, do qual foi titular em todos os jogos da competição sul-americana.
Não é exceção e muito menos sorte. É conhecimento de um treinador talhado na Libertadores. Não é à toa que sobram comparações do time madrilenho, que dizem que joga com a força e a garra típica da competição.
Entretanto, não basta apenas contratar os melhores jogadores, com o mais alto custo-benefício e qualidade técnica. É preciso senso de tática e organização dentro das quatro linhas. Mas isso nós sabemos há muito tempo que Simeone já tem.
*ZHESPORTES