Nos anos Cruyff, geniais, o Brasil estava conectado no Rei Pelé. A Europa era um mundo distante. A TV não oferecia doses maciças de futebol estrangeiro. Os melhores jogadores ainda estavam espalhados pelo mundo da bola. Não havia a concentração de craques entre a Inglaterra, a Alemanha e a Espanha.
A Holanda comportava-se como uma potência. No seu auge, tinha Cruyff. Com ele dominou o mundo. Com seu número 14, foi o comandante do futebol total. Foi protagonista de uma revolução. Desde a metade do século passado tentam clonar as ideias, os conceitos e o futebol de Cruyff. Impossível. Ele foi único. Será o braço direito de Pelé no Olimpo dos deuses de chuteira.
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O futebol de Cruyff, segundo bons críticos europeus, carregava o sotaque dos Beatles. Era pop, agradava as massas. Era anárquico, não guardava posição. Era jovem, anárquico. Era criativo, imprevisível.
Cruyff deixou uma herança, pedra de toque do futebol contemporâneo. Era moderno no passado. Provou que o bom jogador é múltiplo, homem de muitas funções. Precisa ser intenso, rápido e objetivo. Que o esquema tático é um caminho, mas o jogador inteligente, na tensão dos 90 minutos, tem o dever de transformá-lo. Usar o espaço ao seu modo mas sem nunca renunciar o coletivo.
Cruyff foi o Pelé europeu. Ele ajudou a inventar o futebol total, o paraíso que todos os bons técnicos do mundo buscam dia e noite.
Opinião
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Luiz Zini Pires
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