A polêmica sobre a escolha da CBF pelo hotel Vila Ventura, em Viamão, que tem o auxiliar pontual Lúcio como um dos sócios, como local de treinos para a Seleção, foi o principal assunto nos bastidores da preparação do time de Dunga para o jogo contra o Paraguai, nesta terça-feira, em Assunção.
Em entrevista a Zero Hora, um dos sócios do hotel, o empresário Sandro Becker, se pronunciou sobre o assunto. Ex-procurador de Lúcio, Becker entende que não há conflito de interesses na situação. E explica qual é a participação do ex-zagueiro no empreendimento, que recebeu a seleção equatoriana na Copa 2014.
Você tem participação acionária no Vila Ventura?
Tenho sim, sou um dos acionistas.
Quando o Lúcio virou sócio no hotel?
É uma história longa, faz mais de quatro anos já. Foi bem antes da Copa.
Vocês investiram na reforma do hotel para a Copa?
Sim. Por isso que foi bem antes da Copa. Foram dois anos antes. Foi a gente que ajudou no projeto da nova parte. Eu, Sandro, sempre estive envolvido com o futebol. O Lúcio, na época, foi por causa da relação que tinha comigo de procurador, fazendo investimentos.
Vocês participam da administração do hotel?
Muito pouco. Muito pouco, mesmo. Estamos mais distantes, mais como investidor. Como parceiros, mesmo.
Quem administra o Vila Ventura hoje?
É o Samuel (da Silveira), junto com o irmão dele (Saulo da Silveira).
Você enxerga algum conflito no fato de o Lúcio ser auxiliar da Seleção e sócio do hotel em que a delegação se hospedou em Viamão?
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não sei porque levantaram esta hipótese, são coisas totalmente diferentes. Estão tentando achar problema onde não tem. Não tem esquema, não tem rolo, não tem nada. Pode ficar bem tranquilo em relação a isso.
Você jogou com o Gilmar Rinaldi no Flamengo, também.
Sim, mas estamos falando de 1991. Joguei contra o Dunga, também. Mas esta relação que estão tentando levantar, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu não tenho interferência em nada. Nem eu, nem o Lúcio e nem ninguém. Quando a seleção do Equador veio, eu nem fui no hotel. Tive uma vez só no lançamento, quando o Equador decidiu ficar lá. Nada mais que isso.
Você não teve mais nenhum relacionamento com o Gilmar desde então?
Falamos poucas vezes. Só quando o Juan negociado com o Bayern Leverkusen (em 2002, quando Gilmar era empresário do zagueiro), quando o Lúcio já estava lá. Depois, nunca mais falamos.
Qual é a sua relação com o Lúcio?
É mais distante hoje. O Lúcio tem os investimentos dele, agora está parando de jogar, não sei se vai seguir a carreira. Mas é mais distante hoje. Somos amigos, é uma relação bem tranquila.
Você deixou de ser empresário do Lúcio?
Quando ele veio da Juventus para o Brasil, não participei mais (das negociações). Mas sempre cuidei das coisas dele, dos negócios.
*ZHESPORTES