Por Cléber Grabauska
Luís Zveiter e Edílson Pereira de Carvalho ...esses nomes dificilmente serão esquecidos pela torcida do Internacional. Eles foram os principais personagens do Campeonato Brasileiro de 2005 que teve o Corinthians como o campeão oficial, mas que até hoje é reclamado pelo Internacional.
O Colorado foi a principal vítima de um escândalo que ficou conhecido como A Máfia do Apito, um esquema ilícito denunciado pela Revista Veja no dia 23 de setembro, durante o segundo turno da competição.
Segundo a apuração da revista, a Máfia do Apito era comandada pelo empresário Nagib Fayad que comprava árbitros para manipular resultados que estavam incluídos em sites de apostas na internet. O principal árbitro envolvido no escândalo foi Edílson Pereira de Carvalho, que trabalhou em onze jogos do Brasileirão.
Nagib e Edílson acabaram presos. E quando a denúncia chegou aos tribunais, Luís Zveiter, Presidente do STJD, determinou que os onze jogos dirigidos por Edílson Pereira de Carvalho deveriam ser realizados novamente. E o principal beneficiado foi o Corinthians que, através dessa medida, conseguiu recuperar quatro pontos na tabela, pois transformou a derrota de 3 a 2 para o São Paulo com Edílson no apito em um empate em 1 x 1 no novo jogo e diante do Santos, a derrota inicial de 4 a 2 passou para uma vitória de 3 a 2.
O Inter teve apenas um jogo remarcado e não modificou a pontuação, pois havia vencido o Coritiba por 3 a 0 e na partida reagendada venceu por 3 a 2. No final dos onze jogos remarcados, o Corinthians conseguiu ampliar a vantagem que era de quatro para oito pontos.
Todos chiaram e o Inter muito mais, pois além desse revés, no dia 20 de novembro, em jogo da quadragésima rodada, ele sofreu mais um prejuízo justamente no confronto direto contra o Corinthians. No jogo realizado no Pacaembu, o time paulista saiu na frente com um gol de Tevez e o colorado empatou no segundo tempo através de Rafael Sóbis e poderia ter virado e vencido aquilo que era praticamente a final do campeonato.
O lance que nunca será esquecido naquele jogo aconteceu aos 28 minutos da etapa final, quando Márcio Rezende de Freitas deixou de marcar um pênalti para o Inter e ainda expulsou Tinga, entendendo que o meio-campista simulou a falta dentro da área.
O Internacional empatou o jogo mas não desistiu do título. Lutou em todas as instâncias até chegar a última rodada, no dia 5 de dezembro, quando precisava golear o rebaixado Coritiba no Couto Pereira e torcer por uma derrota do Corinthians diante do Goiás no Serra Dourada.
O Goiás ajudou vencendo por 3 a 2, mas o Colorado não fez a sua parte e perdeu por 1 a 0. Na classificação final, o Corinthians foi campeão com 81 pontos contra 78 do Inter. Caso os onze jogos não tivessem sido remarcados, o Inter teria sagrado-se campeão com 78 pontos contra 77 do Corinthians.
O Inter voltou de Coritiba fazendo festa pelo título, mas acabou não levando. Mesmo que muitos torcedores tenham tentado reverter a situação na Justiça Comum, o Colorado ficou apenas com o título de campeão moral.
É sobre o Campeonato Brasileiro de 2005 que o Arquivo Gaúcha vai tratar nesta edição. O especial multiplataforma recupera áudios do arquivo da emissora, lembrando importantes coberturas jornalísticas e acontecimentos ao longo dos últimos 40 anos.
Clique aqui para acessar o material completo.