A construtora Andrade Gutierrez acertou acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e irá revelar que pagou propina em obras da Copa do Mundo de 2014, na Petrobras, na usina nuclear Angra 3 e em Belo Monte, além da ferrovia Norte-Sul. A indenização paga será de R$ 1 bilhão, segundo o jornal Folha de São Paulo.
Até então, o maior valor havia sido pago pela Camargo Corrêa (cerca de R$ 800 milhões). A multa vai servir como ressarcimento às empresas prejudicadas pelos acertos do cartel em obras públicas.
De acordo com a Folha, a propina foi paga em obras do Mundial disputado no Brasil. A Andrade Gutierrez participou de obras em quatros estádios que receberam partidas da competição: Beira-Rio, Maracanã (Rio de Janeiro), Mané Garrincha (Brasília) e Arena Amazonas (Manaus).
Marcelo Flores, executivo da Brio, empresa do grupo Andrade Gutierrez que realizou a obra no estádio colorado, disse desconhecer o caso e que a questão não se relaciona com o Inter:
"O Inter não tem nenhum dos seus bens colocados à disposição. Isso passa ao lado do clube. Qualquer tipo de negociação envolvendo o estádio foi 100% conduzido pela Brio, e financiamento da Andrade. Isso não chega ao Inter. Em relação a dinheiro, o Inter teve um aporte pela venda dos Eucalíptos. O resto são investimentos, fundos ligados ao BTG pactual e Andrade Gutierrez", afirmou, em entrevista ao jornal Zero Hora.