Carlos Trindade Santana, 69 anos, não durou nem um mês à frente do Riograndense. Falta de apoio, crise financeira e dívidas trabalhistas foram os principais motivos para a renúncia ao cargo de presidente na manhã desta quarta-feira. Durante os 27 dias em que permaneceu na função, quando foi aclamado em 18 de setembro, nem sequer conseguiu compor uma diretoria.
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- Não deu. Antes de eu assumir, houve uma reunião para decidir se iríamos disputar a Copa Sub-19, o que custaria R$ 23 mil. Alguns membros assumiram a despesa. Só que, desde que assumi, estamos correndo para conseguir dinheiro para comida dos atletas, deslocamento e arbitragem. Cada dia que passava era um problema de dinheiro e falta de comida. Os guris e a comissão técnica estão há mais de 90 dias sem salários. Lamento muito, mas não tem mais como continuar - disse Santana.
Santana afirma que está com a carta de renúncia pronta desde 7 de setembro, quando participou de uma audiência trabalhista com o gerente-executivo de 2013 do Riograndense, Renan Mobarack.
_ A desorganização é tal que não tínhamos nenhum documento de defesa na audiência _ afirmou Santana, que não quis divulgar os valores pedidos pelo ex-dirigente.
No entanto, estima-se que Mobarack cobre uma quantia de R$ 100 mil em salários atrasados e rescisão de contrato. Porém, há outros agravantes. O clube teria ainda mais R$ 300 mil em outras dívidas trabalhistas.
- Fiz um planejamento de gestão e ninguém quis pegar. Não vou administrar sozinho. A minha proposta era reorganizar. Temos falta de pessoas para trabalhar no Riograndense - lamentou Santana.
Um dos maiores problemas enfrentados por Santana foi a falta de recursos para bancar as despesas do time sub-19. Nas partidas em casa, cada jogo custa cerca de R$ 1,5 mil entre arbitragem, segurança e ambulância. Fora de casa, o montante duplica. Seriam cerca de R$ 3 mil por partida entre deslocamento e alimentação.
Santana substituiu Lisete Frohlich, que renunciou ao cargo pelos mesmos motivos do agora ex-presidente.