No final da manhã do dia 26 de fevereiro na Suíça, tarde em Brasília, a Fifa escolherá um novo presidente. O atual mandatário, Joseph Blatter, não participará das eleições, segundo decisão do Comitê Executivo da entidade que se reuniu em Zurique nesta segunda-feira para discutir o assunto.
Blatter queria continuar. Só recebeu apoio de alguns países da África e da Ásia. Foi aconselhado pelos europeus a sair de cena. Foi pressionado - até históricos patrocinadores do futebol mundial exigiram a sua saída. Desistiu.
O francês Michel Platini, presidente da Uefa, decide nos próximos dias a sua candidatura. Ele é o nome mais forte para ocupar o posto de Blatter. Platini precisa do apoio de asiáticos e africanos, os que sempre estiveram ao lado do suíço Blatter desde o final do século passado.
O Comitê Executivo é formado por 27 dirigentes de todo o mundo. O Brasil não mandou representante. Marco Polo Del Nero, número 1 da CBF, não viajou. Ficou com medo de ser preso pelo FBI em solo europeu.
A ausência do paulista Del Nero, integrante do comitê, mostra que o Brasil não tem mais espaço na Fifa e perde relevância no futebol mundial ao não enviar representante numa das reuniões mais importantes da história da Fifa. Três ex-presidentes da CBF são tratados como corruptos na entidade, na Europa, no mundo: José Maria Marin, preso na Suíça, João Havelange, ex-comandante da Fifa, e Ricardo Teixeira.
Parece pouco provável que Del Nero tenha espaço na nova Fifa, que nascerá no ano que vem. Pelo seu passado, não será bem-vindo e será afastado do Comitê Executivo nos próximos meses. Antes de uma reforma profunda na CBF, o Brasil não terá espaço na Fifa.
Em um comunicado, liberado durante a coletiva de Blatter, a Fifa lembrou algumas propostas que sugerem a sua reinvenção. São elas "controles da integridade dos membros do Comitê Executivo, a introdução de limitação dos mandatos, maiores padrões de governo em todos os níveis e estruturas do futebol, incluindo confederações e associações membros."
*ZHESPORTES