Há exatamente um ano, França e Honduras entravam no gramado do Beira-Rio, para o primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014, em Porto Alegre. Era ao mesmo tempo o início de uma missão e o coroamento de um trabalho que começou ainda em 2007, quando do planejamento da candidatura ao lado do companheiro João Bosco Vaz.
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Do anúncio das cidades-sede ao apito inicial, naquela bela tarde de sol de junho, foi um longo caminho. E, ao contrário do que muitos imaginam, nosso objetivo, mais do que projetar nossa cidade para o mundo, era utilizar o evento para tirar do papel obras esperadas há muito tempo. Embora algumas fossem importantes para o mundial, nenhuma das 14 intervenções se tornaria realidade sem ele.,
Mesmo com as dificuldades de se realizar tantas obras ao mesmo tempo, sabíamos que não teríamos outra oportunidade. Optamos por ir muito além da Copa. A crise, que agora aflige o país, com cortes em diversas áreas, mostrou nosso acerto. Hoje, temos cinco obras finalizadas e, à exceção do viaduto da Plínio (que aguarda decisão judicial), todas as demais estão em pleno andamento, com recursos garantidos e entraves superados.
Com o conhecimento de quem presidiu, até abril deste ano, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), posso assegurar que nenhuma outra cidade do país garantiu os quase R$ 1 bilhão (sem incluir o metrô) que Porto Alegre recebeu.
Mas esse não foi o único legado. Um evento com tamanha exposição internacional possibilita uma visibilidade que a Capital jamais teve. Da Maison Bleu à invasão argentina, passando pela Orange Square e a onda laranja, nenhuma outra sede inovou tanto quanto a Porto Alegre do Caminho do Gol. Uma das marcas mais fortes do mundial no Brasil. Hoje, prefeituras russas já procuram informações sobre como replicar a iniciativa, durante a Copa de 2018.
Sou um homem de olhar para frente. Forçado, hoje, a olhar para trás, para este balanço, o faço com muito orgulho. Não pessoal. Mas de uma cidade que soube compreender a importância de se abrir para o mundo. E as vantagens para o futuro. Vantagens que vão além da realização de sonhos em concreto e obras, como a revitalização da Orla ou a duplicação da Beira-Rio. Porto Alegre é hoje uma cidade do mundo. Esse, o nosso maior legado. Por isso, amigos, garanto: Faria tudo de novo!
*ZHESPORTES