A Rússia e o Catar correm o risco de perder o direito de sediar as Copas do Mundo de 2018 e 2022 se ficar provado que a escolha dos dois países foi feita "apenas graças à corrupção", admitiu Domenico Scala, presidente do comitê de auditoria da Fifa
- Se existirem provas de que Catar e Rússia obtiveram as sedes das Copas apenas graças a votos comprados, essas decisões poderão ser invalidadas - explicou o dirigente numa entrevista publicada no semanário suíço Sonntagszeitung.
O futebol mundial foi sacudido, em maio, por um terremoto, com um gigantesco esquema de corrupção denunciado pela justiça americana, que mandou prender sete altos dirigentes na última quarta-feira, em Zurique, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Novas revelações foram surgindo todos os dias, e o escândalo levou Joseph Blatter a renunciar ao cargo de presidente da Fifa na última terça-feira, apenas quatro dias depois de ter sido reeleito para um quinto mandato.
Neste domingo, foi a vez do Egito denunciar um novo caso de corrupção, no processo de escolha da Copa do Mundo de 2010, no qual acabou sendo derrotado pela África do Sul. O alvo das acusações foi novamente o trinitino Jack Warner, ex-presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa, que chegou a ser preso no seu país, mas foi solto ao pagar fiança.
- Ele nos disse que poderia garantir sete votos para nós, mas pedia um milhão de dólares para cada voto. Decidimos não cair nessa - revelou à AFP Aley Eddine Helal, ex-ministro dos esportes egípcio.
Em 2008, US$ 10 milhões foram depositados nas contas da Concacaf, então geridas pelo trinitino. A verba foi transferida pela Fifa, com fundos destinados à organização da Copa do Mundo na África do Sul, e acabou sendo usada, oficialmente, para um programa social de ajuda à diáspora africana no Caribe. De acordo com a BBC, boa parte desses fundos foram para despesas pessoais de Warner.
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* AFP