Em Alagoas, Gustavo Feijó dirigiu a Federação entre 2006 e 2014. Ao assumir a vice-presidência da CBF, apoiou a eleição de seu filho, Felipe Feijó, de 24 anos. Gustavo é prefeito de Boca da Mata e diretor da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).
As doações eleitorais e a formação da Bancada da Bola
O candidato de oposição derrotado na eleição da Federação Alagoana de Futebol, em 2015, José Cordeiro de Lima, reclama da influência dos contatos políticos de Gustavo Feijó na eleição.
- A maioria desses clubes são dirigidos pelo prefeito da cidade ou por um preposto. Gustavo é prefeito de uma cidade e, através da AMA, conseguiu uma ampla maioria através da troca de favores políticos - denuncia.
O destino da verba e a prestação de contas das federações
Em vídeo, Rodrigo Oliveira e Eduardo Gabardo contam os bastidores da reportagem:
Gustavo Feijó nega que as suas atividades políticas tenham interferido na eleição de seu filho para a presidência da Federação. "Em nenhum momento, isso aconteceu. O futebol é indiferente da política. Isso que ele disse é uma questão de inveja. Eu fui eleito pela maioria dos votos da população do meu município. Se eu consegui ser diretor da Associação dos Municípios, isso se deve a escolha de um colégio eleitoral composto por todos os prefeitos de Alagoas. Isso demonstra a confiança no trabalho realizado no meu Estado", afirma Feijó.
- Governador mandou tirar o meu clube da Série D - reclama dirigente.
Eleições secretas e aclamações suspeitas
Em 2012, o estado de Roraima desistiu de indicar um representante para a Série D daquele ano. A vaga foi herdada pelo futebol do Amazonas. O assunto gerou polêmica. O vice de futebol do Fast Clube, de Manaus, Cláudio Nobre, reclama que o seu clube deveria ter sido o indicado, pois foi o vice-campeão estadual de 2011.
Bola, chuteira e televisão em troca de votos
Porém, o indicado foi o Nacional Futebol Clube. Segundo o dirigente, a escolha ocorreu por pedido do então governador Simão Jatene, do PSDB.
- Foi um fato lamentável. O presidente Dissica nos disse que colocar o Nacional foi um pedido do governador. O governador é nacionalino doente, é presidente de honra do Nacional. Ele é um grande desportista, mas neste episódio não atuou como estadista.
A farra de repasses da CBF às federações
O presidente da Federação Amazonense de Futebol, Dissica Valério Tomáz, alega que a nomeação do Nacional ocorreu por critério técnico.
- Esta vaga do Amazonas surgiu por conta da despedida de Roraima. Nós herdamos esta vaga por que éramos a melhor federação ranqueada. Logo, eu fui ver qual era o clube melhor ranqueado no estado. Era o Nacional. Isso é critério técnico. O governador não me fez pedido. Todos sabem que ele é nacionalino doente, mas ele era um governador que sempre ajudou todos os clubes. Não houve interferência nesse sentido. Foi critério técnico - explica o presidente.
Veja documentos que mostram os valores dos repasses às federações:
Veja quanto recebe cada federação clicando nos ícones:
A reportagem faz parte de uma série especial da Rádio Gaúcha
*RÁDIO GAÚCHA