Com as prisões e revelações das autoridades americanas sobre o mundo do futebol, inaugurou-se uma era de incertezas. Já não se sabe o que vai acontecer com as principais competições do mundo da bola, nem qual será o futuro de quem está no poder. Para tentar traçar possíveis cenários, ZH ouviu especialistas em direito, marketing e gestão esportiva. Confira.
Entenda os impactos...
...no futebol brasileiro
...na Copa do Mundo
...no futebol sul-americano
Fifa
Não há dúvidas do forte impacto das acusações sobre a imagem da Fifa. Mas prever uma radical transformação nas estruturas da entidade é ser otimista demais.
A reeleição do presidente Joseph Blatter dois dias após a prisão de sete executivos mostra a extensão de seu poder. Os processos decisórios da Fifa se assemelham aos da CBF, apenas diferindo no tamanho. Em um pleito como o de sexta-feira, votam as 209 federações nacionais. Clubes e atletas estão fora. Blatter pode ter perdido um pouco da força por conta do escândalo, mas ainda é soberano no ambiente interno da entidade que comanda.
Uma profunda mudança seria possível se a pressão dos patrocinadores aumentasse. Em meio às revelações da semana, os principais parceiros comerciais exigiram medidas drásticas contra a corrupção e ameaçaram reavaliar os polpudos aportes financeiros que conferem à Fifa. Poderia ser o "incentivo" para que os processos sejam mais transparentes, mas um rompimento não está tão próximo assim.
- As empresas fizeram a pressão, mas o que ela significa? Não há indícios do risco real de a Fifa perder um patrocínio - pondera Gurgel.
- Duvido que a Fifa sofra com o impacto da saída de patrocinadores. No máximo, o que pode acontecer é sair a Adidas e entrar a Nike, sair a Visa e entrar a Mastercard - afirma Somoggi.
Se as investigações chegarem em Blatter, há quem aponte sua eventual queda como última esperança de transformação, mesmo que não exista, entre os dirigentes da Fifa, um candidato a sucessor que represente uma real mudança. O impacto, portanto, seria mais simbólico do que prático.
- É uma ilusão acreditar que este príncipe jordaniano (Ali Bin Al Hussein, candidato da oposição na eleição de sexta-feira) representa a mudança na Fifa. Não há uma liderança que faça verdadeira oposição - critica Somoggi.
* ZH Esportes