O técnico Muricy Ramalho confirmou nesta sexta-feira que vai mexer no time para tentar tirar o São Paulo da crise. Alguns jogadores ficaram marcados após a derrota para o Palmeiras, e deve sobrar para as estrelas, como Ganso, Luis Fabiano e até Alexandre Pato.
- É o mesmo grupo, praticamente (do Brasileirão do ano passado), só saíram o Kaká e o Alvaro Pereira. É difícil ter uma explicação de por que não joga, porque não mudou nada, é o mesmo esquema de jogo. Até agora não deu resposta e vamos ter de mexer para continuar buscando. Não dá para continuar assistindo, vamos tentar melhorar a maneira de jogar e os jogadores - disse Muricy.
A entrevista coletiva de do técnico surpreendeu os jornalistas. A princípio, a assessoria de imprensa do São Paulo disse que Muricy não iria falar. Um dos assessores do clube chegou a consultar o capitão Rogério Ceni para ocupar o lugar. Ceni, aparentemente, não topou. Minutos depois, o treinador se dirigiu à sala de imprensa do CT e a entrevista estava confirmada. Muricy negou que tenha cogitado desistir de falar. E durante o papo revelou que Ceni teve participação na sua permanência.
- Na quarta-feira (madrugada de quinta, após a derrota para o Palmeiras), cheguei ao CT e deixei eles (diretoria) à vontade para tirar esse compromisso deles, de que vou ficar até o último dia. Tem de ser aberto, aqui não tenho multa. Para eles ficarem livres do compromisso de me manter, futebol tem de ter resultado. Cheguei aqui à tarde com a mesma vontade, aí não sei se felizmente me convenceram, com a ajuda do Rogério. Aí é coisa do cara do futebol, de lutar até o final - declarou o comandante.
Muricy tem contrato até o fim do ano, mas o presidente Carlos Miguel Aidar sempre disse que o técnico fica enquanto ele estiver na presidência, se quiser. Muricy disse que a permanência depende exclusivamente de resultados e que tem limite. Neste ponto, o treinador apresentou um discurso confuso.
Em determinado momento, Muricy deu a entender que pode sair caso o time seja eliminado da Libertadores. Em outro, afirmou que ainda vai permanecer "um tempo ainda" no cargo, pela experiência. Mas garantiu que ainda acredita na reação, senão não teria continuado.
- Se eu não tivesse chance com nada, não estaria aqui. É que a gente também tem muita chance de reverter e vamos lutar por isso. Largar sem lutar, não dá. O dia que não der mais para lutar, aí jogo a toalha. Mas ainda vou lutar bastante ainda.
A permanência de Muricy no comando do São Paulo tem a participação do departamento de futebol, que segue ao lado do treinador. O vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro e o gerente executivo Gustavo Oliveira não cogitaram demiti-lo após a derrota por 3 a 0 para o Palmeiras.
*LANCEPRESS