Um empresário do transporte de passageiros de Taubaté, no interior paulista, foi chamado em 2010 ao Santo André para uma reunião. Nela, recebeu a proposta: daria R$ 500 mil para que a direção quitasse salários e receberia em troca metade dos direitos de oito jovens jogadores.
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Um deles acabou em Portugal meses depois. Agradou e foi vendido por R$ 1,5 milhão. O empresário havia recuperado com sobras seus R$ 500 mil. Mas ganharia mais. Outro garoto do grupo acabou no Inter em 2010. Era Ricardo Goulart. Suas atuações não convenceram, e o Inter abriu mão de comprá-lo por R$ 1,4 milhão no final de 2011.
O BMG ficou com 50% e o colocou no Goiás. Depois vendeu-o inteiro ao Cruzeiro. Houve uma disputa judicial, e o empresário manteve 45% dos direitos econômicos. O que ninguém imagina é que esse empresário, em outubro do ano passado, colocou à venda no mercado seus 45% de Ricardo Goulart. Pediu R$ 8 milhões.
Com a nova norma da Fifa de inibir a ação de investidores no futebol a partir de maio, o valor caiu na proporção da pressão vinda de Zurique. Passou para R$ 5,5 milhões e acabou o ano em R$ 4,6 milhões. Ninguém pagou para ver, mesmo com Ricardo Goulart eleito craque do Brasileirão pela revista Placar e na Seleção.
Sorte do empresário de Taubaté. Na segunda-feira, os chineses do Guangzhou Evergrande desembarcaram em Belo Horizonte e pagaram R$ 47 milhões pelo jogador. Para o empresário de Taubaté, sobraram R$ 21,1 milhões - quase cinco vezes mais do que pretendia antes do Natal.