O Super Repórter deste sábado (30) mergulhou dentro dos estádios para conhecer a vida dos gandulas. Imagine trabalhar dentro de um campo de futebol lotado de torcedores, e auxiliar verdadeiros ídolos como Barcos, Dalessandro, Marcelo Grohe e Dida. E ainda com o tempo, se tornar amigo de jogadores, vindo a ganhar bons presentes como uniformes do clube, bolas de futebol e outras regalias. E mais: assistir tudo de pertinho e não pagar nada pelos ingressos. Profissão dos sonhos, não? É mas não é bem assim. A rotina é disputada e complicada. Tem pressão de tudo que é lado.
O que poucos sabem é que o gandula chega a correr até cinco quilômetros por jogo. E passa por cada confusão. Quem lembra daquele gandula que quase apanhou do técnico Luxemburgo por colocar a bola muito rápido no escanteio em um Gre-Nal?
Pois é, se a bola não for colocada de forma rápida dentro de campo, a pressão pega, por parte da torcida e por parte do treinador. E tudo que o gandula não quer é mudar a história do jogo. Quer dizer: Nem todos. No Sergipe, o gandula João Viera deu uma de zagueiro e tirou a bola de cima da linha do gol na final do campeonato regional. Teve que voltar pra casa escoltado pela Polícia, pra não apanhar da torcida.
Geralmente quando a bola sai de campo, ninguém quer ir buscar, né? Via de regra o gandula é o cara ruim de bola, que tentou, tentou, mas não conseguiu ser jogador de futebol. Mas pra quem pensa que ser gandula é apenas buscar a bola e devolver para o jogador está muito enganado. Por exemplo: quando tem uma dividida de bola, os jogadores dos dois clubes correm pra pegar a bola, e aí entrega pra quem? O gandula Henrique Soares, que já atuou em mais de dez jogos do Campeonato Brasileiro e explica esta dificuldade: "Passamos por um treino extremamente criterioso, antes de entrar em campo", afirma.
Outra questão importante: o gandula precisa ser imparcial. Por exemplo em um jogo do Grêmio, o gandula que está atuando na Arena não pode segurar a bola e interromper um contra-ataque com o adversário do tricolor.A gandula Mara Cortes explica essa dificuldade que ela vem enfrentando nos jogos do Campeonato Brasileiro. Afinal, Mara, o gandula torce pra quem? "Não pode torcer pra ninguém, quanto menos aparecermos melhor, mas claro que temos um time do coração, mas jogamos para os dois lados na hora da partida", revela.
Vamos às regras dos gandulas Padrão Fifa: Em uma partida de futebol são quatorze gandulas, são três nas laterais do campo, e atrás de cada gol ficam quatro gandulas, esse gandula a mais é chamado de maratonista porque tem a função de buscar as bolas chutadas mais longe. Aquelas isoladas pelos zagueiros ou atacantes pernas de pau. A jovem Ana Barbosa vai estrear neste domingo e está ao mesmo tempo muito feliz, mas também nervosa. Passou por treinamento e agora vai pro jogo. "Espero que dê tudo certo, estou muito nervosa, mas me preparei muito para chegar até aqui", conta a gandula.
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