A prefeitura de Porto Alegre e o Ministério Público (MP) definem nesta quarta-feira (19) a participação do município para custear as estruturas temporárias para a Copa do Mundo. Uma reunião técnica foi marcada na Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital. No próximo encontro, a Prefeitura se comprometeu a apresentar qual será a participação do município para viabilizar as estruturas. Ministério Público e Ministério Público de Contas haviam expedido recomendação para que a Prefeitura e o Governo do Estado não paguem essa conta.
Há duas alternativas em estudo hoje pelas autoridades: a compra de equipamentos que possam ficar de legado para a cidade depois (como os geradores) e a criação de uma lei que permita isenção fiscal a empresas que investirem nas estruturas. A prefeitura, inclusive, está fazendo um levantamento sobre quais estruturas poderiam ser compradas e utilizadas mais tarde. No entanto, esse valor não chegaria a um terço do custo total, que é de cerca de R$ 30 milhões. A criação de lei de incentivo também encontra resistências na Assembleia Legislativa.
Nesta terça-feira (18), o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse, em Florianópolis, que a entidade deu prazo de 12 horas para que autoridades e o Internacional apresentem uma solução sobre as estruturas temporárias. A assessoria do prefeito Fortunati afirma que o governo municipal não se sente pressionado e que uma solução será anunciada na quinta-feira (20).
Impasse com as estruturas temporárias
Com custo estimado entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, as estruturas temporárias são espaços que vão abrigar desde as equipes escaladas para os jogos e imprensa até os trabalhadores da segurança. Utilizadas apenas para o Mundial, elas são compostas por contêineres, tendas, geradores de energia, equipamentos de tecnologia da informação, máquinas de raio X, zonas de hospitalidade e um centro de mídia, dentre outras obrigações.
O contrato com a Fifa prevê que este valor seja assumido pelo proprietário do estádio, mas o Inter já afirmou que não pode pagar. O presidente Giovanni Luigi chegou a falar que "existe o risco de perder a Copa" e que ele "não é pequeno". O prefeito José Fortunati, em entrevista na Rádio Gaúcha, já admitiu que o poder público pode arcar com os custos.