O Brasil venceu a Copa do Mundo de 1994 com um estilo diferente do futebol-arte que consagrou as seleções dos anos 50, 60 e 70. O técnico Carlos Alberto Parreira utilizava um esquema, em tese, mais conservador, com duas linhas de quatro. E nos jogos mais importantes, não houve placares elásticos: Vitórias de 1 a 0 contra EUA e Suécia, 3 a 2 sobre a Holanda, e a histórica vitória nos pênaltis após o 0 a 0 com a Itália. Apesar do suposto sufoco, o meia Zinho, camisa 9 do Brasil naquele Mundial, acredita que a Copa foi dominada pela Seleção Brasileira.
“Mesmo a final tendo sido 0 a 0, o Brasil poderia ter vencido no tempo normal, pois teve chances claríssimas de gol. No jogo em si, o Brasil foi superior. Mas quis o destino que a decisão fosse para os pênaltis. Isso dá muito mais emoção. Mas dentro da competição, não houve sofrimento. Ninguém dominou o Brasil. Foram placares magros, como 1 a 0. Mas os jogos em si eram dominados pelo Brasil. Os placares poderiam ser maiores. A não ser o jogo contra a Holanda, em que abrimos 2 a 0 e cedemos o empate. Ali foi sofrido. Mas teve o gol de falta do Branco, que premiou toda a dedicação dele. Ali foi um jogo mais complicado. Mas nos outros jogos, não passamos sufoco em nenhum momento”, conta o meia Zinho.
O esquema de Parreira cobrava um pouco mais compromisso dos meias com a marcação, modificando as características de alguns jogadores. “O meu estilo no Palmeiras, no Flamengo e até mesmo aí no Grêmio sempre foi de ter mais chegada à frente para fazer o gol. Isso ficou reduzido na Copa, pois a minha participação na marcação era muito importante. A minha movimentação não era aquela de poder sair pelo lado direito, ou recuar para pegar a bola dos volantes. Essa função era do Bebeto. A função dos meias no time brasileiro era jogar pelo lado do campo. Isso dificultava um pouco para aparecer ofensivamente. Ás vezes cobravam de mim e do Raí por que não fazíamos a mesma coisa que no Palmeiras e no São Paulo, respectivamente. Era normal, tínhamos que aceitar. Mas dentro do grupo o Parreira tinha definido o seu esquema de jogo e eu tinha que cumprir o que o treinador me pedia. E cumpria porque o Parreira era um treinador que sabia o que estava fazendo e isso foi fundamental para a seleção vencer”, explica o ex-meia da Seleção.
Crizam César de Oliveira Filho, o Zinho, nasceu em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, dia 17 de junho de 1967. Ele foi meia titular do Brasil no tetracampeonato mundial conquistado na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
No futebol brasileiro, Zinho defendeu o Grêmio, o Flamengo, o Palmeiras e o Cruzeiro. No exterior, atuou pelo Yokohama Flugels, do Japão, e pelo Miami FC, dos EUA.
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