São muitas as hipóteses levantadas sobre porque o excelente time do Brasil que disputou a Copa do Mundo de 1982 foi eliminado precocemente para a Itália de Paolo Rossi. Um dos meias daquela seleção, Paulo Isidoro, não sabe ao certo a razão da eliminação, mas não esconde a chateação com o fato de ter ficado na reserva durante a competição.
“Fiquei muito chateado. Fiz 52 partidas nas Eliminatórias atuando na ponta-direita, fora da minha posição, mas encaixei bem no esquema. Quando ele (o técnico Telê Santana) tirou o Dirceu da ponta esquerda para colocar na direita (em seu lugar), eu achei que o Telê pisou na bola comigo”, conta Paulo Isidoro.
O problema não era com a reserva, mas em tirá-lo do time em favor de alguém que não era daquela posição. “Se fosse alguém com um outro estilo de jogar, eu não ficaria tão chateado. Mas o Dirceu era um jogador canhoto atuando na direita. Naturalmente, não poderia dar certo, como não deu. Isso foi uma coisa que fez eu ter grande mágoa do Telê”, revela o ex-meia do Grêmio, campeão brasileiro em 1981.
Mas se Paulo Isidoro fosse titular em 82, a história teria sido diferente? “Muito difícil dizer. Mas uma coisa eu tenho certeza. O grupo sentiu muito a minha saída. Eu não sei se o destino seria diferente, mas eu tenho certeza que a seleção não ia sofrer tanto, principalmente na questão de marcação, pois eu fazia uma marcação muito boa. E isso liberava para que a seleção tivesse mais criatividade”, expressa.
Paulo Isidoro de Jesus nasceu em Matozinhos, interior de Minas Gerais, em 3 de agosto de 1953. Atuou na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982. Era reserva da equipe de Telê Santana, mas era presença constante no time.
Atuando pelo Grêmio, Paulo Isidoro foi campeão brasileiro de 1981 e garantiu o seu passaporte no Mundial do ano seguinte. O jogador fez história também com a camisa do Atlético-MG
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