O Vasco reuniu na manhã desta quarta-feira os documentos finais e entregará já no início da tarde o recurso no STJD que tem como objetivo obter os três pontos da partida contra o Atlético-PR do último domingo. O clube se baseia no artigo 19 do regulamento geral de competições da CBF, que prevê que o jogo só pode ser interrompido por até 60 minutos. A partida ficou paralisada por 71 minutos por conta de uma barbárie entre os torcedores dos dois times na arquibancada da Arena Joinville.
Advogada do Cruz-maltino, Luciana Lopes rechaça com veemência o rótulo de "tapetão" ou "virada de mesa" sobre a ação do Gigante da Colina, uma vez que, obtendo os pontos do jogo, o clube se livrará do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, colocando, assim, o Criciúma na Série B.
- Isso não é tentativa de virada de mesa, tapetão... O tribunal foi feito para atender dúvidas e demandas. Se você tem uma dúvida, o direito está do seu lado. Tenho certeza de que quem fala algo desse tipo desconhece a lei. O regulamento é claro e foi descumprido. Acreditamos no STJD - disse.
Luciana Lopes ainda foi além e disse que o Vasco entraria com recurso no Superior Tribunal de Justiça Desportiva mesmo sem a possibilidade da perda de pontos do responsável.
- Ainda que a pena não fosse a da perda de pontos, o Vasco entraria com essa ação, porque o que aconteceu foi um absurdo e alguém tem de ser responsabilizado. Entrariamos com o recurso mesmo se a pena fosse só de multa para que aquele tipo de coisa não volte a acontecer. É uma questão que ultrapassa Série A ou B. Aquilo envolve vidas - destacou.
O departamento jurídico do Vasco ainda trabalha com outra frente, que é a audiência marcada para esta sexta-feira onde o clube, o Atlético-PR e o árbitro da partida Ricardo Marques Ribeiro serão julgados pela confusão na Arena Joinville. No caso do Gigante da Colina, ele foi enquadrado nos artigos 184 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o que pode acarretar em multa e a perda de até dez mandos de campo.
- Na verdade o artigo 213 é um conto de fadas, já que só pune o clube e os verdadeiros responsáveis não são punidos - disse Luciana, se referindo aos vândalos que se envolveram na briga generalizada