O preparador físico Paulo Paixão tem uma vasta experiência em Copas do Mundo. De 1990, quando trabalhou nos Emirados Arábaes, até 2014, quando mais uma vez fará parte da comissão técnica da Seleção Brasileira, o profissional possui várias vivências, incluindo derrotas e vitórias. O ápice foi a conquista do penta, na Coréia e no Japão, em 2002. No entanto, o preparador lembra episódios de Mundiais em que o Brasil perdeu, mas que lhe marcaram positivamente, em especial, nas Copas de 1998, na França, e em 2010, na África do Sul.
“Cada uma das Copas teve uma peculiaridade. Mesmo tendo perdido a última, em 2010, nós tínhamos a certeza do trabalho comandado pelo Dunga, pelo fato de o grupo ter abraçado. Aquele jogo contra a Holanda nos marcou muito. Tínhamos a certeza de que o trabalho foi bem realizado e poderíamos ter chegado a final da Copa”, relembra Paulo Paixão, que estava também na polêmica derrota para a França, por 3 a 0, na final da Copa de 1998. “O povo francês aceitava perder aquela Copa para o Brasil, pois vínhamos muito bem. A gente via os franceses com a bandeira da França em uma mão e a do Brasil na outra. Eles não sabiam o que havia ocorrido com o Ronaldo e não acreditavam que poderiam ganhar de nós. Porém, houve aquela surpresa. Em futebol, eu digo que já vi tudo e ainda não vi nada. Principalmente por esses dois episódios. Foram duas Copas que marcaram muito”, relembra Paulo Paixão.
Mas uma entrevista com este preparador físico multicampeão não poderia deixar de mencionar o penta, em 2002, e a surpreendente recuperação de Ronaldo, artilheiro daquela Copa, mas que vinha de duas cirurgias no joelho. “Não foi o papel de um profissional, mas de uma comissão técnica. O Felipe acreditou no projeto. O Dr. José Luis Runco comandou todo o trabalho. Todos acreditamos. Cada um deu a sua contribuição. E não é so o Ronaldo. O Roberto Carlos e vários outros tinham problemas de desequilíbrio muscular. O Ronaldo foi o mais expressivo. Acho que foi a conquista de um grupo de trabalho, que nos deu bastante confiança e certeza das convicções que nós temos no futebol para a preparação física de alto rendimento”, finaliza Paixão.
Paulo Paixão nasceu no Rio de Janeiro, no dia 23 de março de 1951. O atual preparador físico da Seleção Brasileira vai, em 2014, para a sua sexta Copa do Mundo. No Mundial em 90, trabalhou na comissão técnica da seleção dos Emirados Árabes. O principal destaque da sua carreira foi a conquista do pentacampeonato na Copa do Mundo 2002, na Coreia do Sul e no Japão, com a Seleção Brasileira. Ele também foi preparador do Brasil nas Copas de 98, 2006 e 2010.
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