Em queda brusca no ranking mundial e vivendo um jejum de mais de três meses sem vitórias, Thomaz Bellucci, de 25 anos, vê as próximas semanas como um marco para o recomeço de sua carreira. Há mais de um mês inativo, por causa de uma lesão no ombro direito, o paulista retornará às competições na segunda-feira, quando tem início o Challenger de Buenos Aires (ARG). Ao seu lado, terá uma nova companhia. Trata-se do técnico espanhol Francisco Clavet, que substitui o argentino Daniel Orsanic, demitido no fim de setembro.
Ocupando atualmente a 119ª posição do ranking, Bellucci não conseguiria entrar direto nas chaves dos principais torneios da ATP. Por isso, optou por competições menores, todas elas no saibro. Depois de Buenos Aires, viajará também a Montevidéu (URU) e Bogotá (COL). Tudo para recuperar pontos e voltar a flertar com o top 100.
- Vou começar do zero. Tenho estes três torneios e depois vou pensar o que fazer. Com o meu ranking fica difícil planejar algo - afirmou Bellucci, que na próxima segunda-feira deixará de ser o melhor brasileiro no ranking mundial.
Com 150 pontos a descartar pelo vice-campeonato do ATP 250 de Moscou (RUS) de 2012, perderá cerca de 40 posições e será ultrapassado por Rogério Dutra Silva (127º). Bellucci espera que a parceria com Clavet dê uma guinada em sua carreira. O espanhol será seu quinto técnico desde 2008.
- É o primeiro espanhol que vai me treinar. Sei que é um cara tranquilo, mas não conheço muito do trabalho dele a fundo. Ele treinou o Feliciano López e o Santiago Giraldo, então tivemos alguns contatos no circuito. Mas sei que ele (Clavet) é um cara muito competente. Acho que tem tudo para dar certo.
Bellucci, que chegou a ocupar a 21ª posição do ranking em 2010, chegou ao fundo do poço. Em 2013, são apenas oito vitórias em 26 partidas disputadas. O paulista acumula nove derrotas consecutivas, incluindo partidas da Copa Davis.
- Em termos de ranking e resultados, é o pior ano da minha carreira. Sei que preciso melhorar muita coisa em meu jogo - afirmou.
BATE-BOLA
Você vai para seu quinto treinador em cinco anos. Por que tantas mudanças neste período?
Thomaz Bellucci - Eu gosto de mudanças. Me motiva saber que tenho um técnico novo, com qualificações diferentes, que pode me ensinar coisas novas. Em busca de uma motivação maior, acabo mudando.
Por que você decidiu encerrar a parceria com o Orsanic?
Bellucci - Houve um desgaste natural, por passar muito tempo junto, de viajar junto. Em 2012, tive bons resultados, mas neste ano tive muitas lesões (além do ombro direito, lesionou o abdómen em abril), não consegui ter resultados. A mudança foi necessária.
Em que pontos você precisa evoluir para melhorar no ranking?
Bellucci - Preciso melhorar em tudo. Evoluir na parte física, aumentar a consistência em quadra rápida, ter uma melhor concentração, saber controlar o nervosismo, a pressão. Um jogador, para ser top 15, precisa ser completo.
O que você pretende fazer no começo da temporada de 2014?
Bellucci - Ainda não sei. Depende do que eu conseguir nestes três torneios. Vou conversar com o Clavet. Se somar bastantes pontos, posso tentar ir para a Austrália, jogar algum ATP lá, tentar o quali do Aberto da Austrália. Ou, dependendo do que acontecer, posso jogar o Aberto de São Paulo no parque Villa Lobos, que é uma competição boa para somar pontos. Mas, no momento, não dá para planejar muita coisa com meu ranking.