Tóquio será a sucessora do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Neste sábado, durante a Assembleia do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Buenos Aires, na Argentina, a capital do Japão superou Istambul, na Turquia, na rodada decisiva e ganhou a sede do evento, em 2020.
Na primeira rodada, Madri, na Espanha, já tinha sido eliminada. Esta será a segunda vez que Tóquio receberá a Olimpíada. A primeira vez foi em 1964. Para 2016, a cidade chegou na fase decisiva, mas acabou descartada na segunda rodada de votação.
Durante a apresentação da candidatura neste sábado, Tóquio salientou a consistência financeira do país, lembrando que possui reservado em um fundo privado um total de US$ 4,5 bilhões. O montante será todo utilizado na organização dos Jogos e estará liberado agora que a cidade venceu a disputa olímpica. O orçamento do evento é de US$ 7,8 bilhões.
Ainda na apresentação, antes que algum membro do COI perguntasse, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, se adiantou e garantiu que o vazamento radioativo da Usina de Fukushima não inviabilizará a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
A questão é o principal problema dos japoneses e, nesta semana, foi descoberto que a água da região da empresa está contaminada por radiação. Segundo ele, o impacto da água contaminada com radioatividade não chega a Tóquio. Além disso, lembrou que o governo tem investido fortemente para a solução do problema.
Derrotada na fase decisiva, Istambul fez sua apresentação enquanto um grupo, do lado de fora do hotel onde era realizada a assembleia do COI, protestava contra o primeiro-ministro da Turquia, Tayypi Erdogan, por apoiar a Síria. Cerca de dez manifestantes exibiam cartazes contra Erdogan.
A justificativa foi a de que o político apoia a Síria, que tem sido acusada de usar armas químicas contra civis. Durante a apresentação aos membros do COI, o tema não foi abordado diretamente pela comitiva turca mas Erdogan comentou indiretamente o assunto.
Ao término da apresentação, alguns membros do COI fizeram perguntas à delegação. Dentre as questões estavam os problemas no sistema de transporte. A comitiva turca informou que todos estão sendo resolvidos e até 2017 um novo aeroporto será erguido no país com capacidade para 100 milhões de pessoas ao ano.
Mais cedo, na primeira rodada de votação, Madri foi eliminada. Pela terceira vez consecutiva, a capital espanhola tentava ser a sede dos Jogos. Nesse momento, Tóquio já mostrava seu favoritismo ao liderar a votação, deixando Madri e Istambul empatadas na segunda posição. Um novo pleito precisou ser realizado para definir a adversária da capital japonesa. Derrotada pelo Rio de Janeiro na terceira rodada, em 2009, na disputa pelos Jogos de 2016, Madri acabou superada por Istambul. Ao todo, foram 94 votos, mas o COI não revelou a divisão entre as cidades.
Durante a definição das duas finalistas, o presidente do COI, o belga Jacques Rogge, cometeu uma gafe ao anunciar que Istambul havia sido eleita, o que gerou uma vibração nos integrantes da candidatura. Porém, a cidade turca havia passado para a segunda fase, em que terá de vencer Tóquio.
Madri insistiu na tese de que inovou ao apresentar uma candidatura em que 80% das instalações estão prontas. E ressaltou possuir o orçamento mais baixo entre as três candidatas à sede. Mas nada disso serviu para convencer os integrantes do COI. Nem mesmo a presença de integrantes da família real espanhola, como o príncipe das Astúrias e futuro rei da Espanha, Felipe Bourbon.