Ficou claro nas primeiras escaramuças sobre esse escândalo das áreas ambientais dos governos do Estado e de Porto Alegre que a demora na concessão de alvarás, cujas solicitações se empilham aos milhares nos órgãos competentes - a demora, repito, é a grande aliada da corrupção.
Quanto mais demora a licença, mais fica nervoso o solicitante e por isso tende a tentar corromper o servidor público. Vejam aí que nessa hipótese se beneficia o servidor público ou autoridade que aceita propina com a demora.
Quanto mais demorada a licença, maior deverá ser a eventual propina.
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Mas, paralelamente, aqui no Brasil, existe uma insistente rotina: quase sempre, nos escândalos em que servidores públicos ou autoridades se corrompem, não aparecem os corruptores. Estranho isso: não há corrompido se não houve corruptor.
Você, leitor, já ouviu alguma vez alguém punido por subornar ou tentar subornar o guarda de trânsito?
Nunca. No entanto, aqui no Brasil só se acha grave o guarda de trânsito que se corrompe. Quanto aos motoristas que o corromperam, estes escapam quase sempre ilesos.
Sendo assim, somam-se aos milhares os guardas de trânsito que foram demitidos por terem sido subornados. Caso também de milhares de corruptos que foram punidos em outras circunstâncias.
Quanto aos que pagaram as propinas, necas de pitibiribas.
E, nesse escândalo da área ambiental gaúcha, aparecerão também os que pagam propinas? E não só os que recebem propinas?
Esperemos para ver.
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Em primeiro lugar, quero deixar bem claro, para que não pairem dúvidas a respeito, que envio a todos os colorados os meus parabéns pela conquista de mais um título gaúcho.
Primeiro a minha elegância de vencido.
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Em segundo lugar - aí é que está o problema -, nas duas últimas decisões, na fase semifinal e ontem, na finalíssima do turno, houve grandes problemas com as arbitragens, casualmente todos favorecendo o Internacional.
No jogo decisivo entre Juventude e Grêmio, aconteceram dois gols gremistas anulados pela arbitragem.
Um dos gols foi límpido, claro, incontestável, o de Vargas. E, no segundo lance, vão pairar para sempre dúvidas. Muita gente entendendo que foi legítimo, outros opinando o contrário.
Qualquer dos dois gols que fosse aceito pela arbitragem modificaria completamente a decisão de ontem, o Grêmio teria ido para a final do turno.
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E ontem foi anulado um gol do Juventude que a Rádio Gaúcha declarou que foi gol legítimo, e o Maurício Saraiva, da RBS TV, considerou ilegítimo.
Portanto, a conquista colorada fica, assim obnubilada, ensombrecida pelos erros de arbitragem em duas partidas decisivas.
Os leitores hão de perguntar: mas que tem a ver o Internacional com erros decisivos de arbitragem em jogo do Grêmio?
Parece-me muito claro que, fosse o Grêmio a decidir com o Inter o turno, a tarefa do time de Dunga seria muito mais difícil.
Mas, como tudo na vida depende de arbitragem, há a Justiça que decidir sempre sobre os fatos humanos, sendo que qualquer juiz, jurado, tribunal ou árbitro de futebol pode errar, deixemos esses fatos ocorridos nas duas últimas rodadas do Gauchão que se decidiu ontem debruçados sobre uma recordação dominada, no mínimo, pelas dúvidas.
Só quero lembrar que o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, chefe supremo dos árbitros, é ou foi conselheiro do Internacional.