As ex-atletas Adriana Behar e Shelda serão eternizadas nesta sexta no Hall da Fama do vôlei, em cerimônia que será realizada na cidade de Holyoke, no estado norte-americano de Massachusetts, onde foi criada a modalidade. As duas formaram uma das duplas mais vitoriosas da história do vôlei de praia, sendo a primeira equipe a ser homenageada - até o momento, apenas trajetórias individuais ganharam a honraria.
- É uma honra fazer parte desse grupo seleto e ver a nossa história reconhecida em outro país, por todo o esforço, as vitórias, os títulos e o trabalho em equipe - agradece Adriana Behar.
- O brasileiro tem a memória curta e esse tipo de homenagem é fundamental porque ajuda a valorizar o esporte e os ídolos do nosso país - completa Shelda.
Adriana e Shelda possuem 1.101 vitórias e 114 títulos ao longo da carreira. Entre as conquistas, estão duas medalhas de prata em Jogos Olímpicos, duas medalhas de ouro em Mundiais e um ouro em Jogos Pan-Americanos, além de seis títulos do Circuito Mundial, o que levou a parceria ao Livro Guinness dos Recordes, em 2006. Elas também são a dupla feminina que mais participou de eventos de praia desde a criação do circuito da Federação Internacional de Vôlei de Praia (FIVB), em 1992.
A dupla também realiza trabalhos sociais. Elas foram as primeiras atletas a aderir à campanha de acessibilidade da Secretaria de Direitos Humanos e participam, junto com outros grandes nomes do esporte brasileiro, do desenvolvimento do Centro de Excelência no Complexo Esportivo da Rocinha, inaugurado em março deste ano.
- Num país tão desigual como o nosso, o esporte é uma das principais ferramentas para se alcançar a igualdade com o resto do mundo. O nosso dever é garantir que os valores do esporte, como a disciplina, a dedicação, o trabalho em equipe, o respeito, a humildade e a determinação, sejam fortalecidos dentro da população brasileira - defende Adriana.
O Hall da Fama do Vôlei foi inaugurado em Holyoke, em 1978, com o propósito de promover, estabelecer e preservar um memorial da modalidade. Em 1985, a instituição realizou sua primeira nomeação, homenageando postumamente o inventor do esporte, William G. Morgan, e, até 2000, apenas norte-americanos eram contemplados por ela. Desde que atletas de outras nacionalidades passaram a fazer parte do grupo, a proeza foi alcançada por quatro brasileiros: Bernard Rajzman (2005), Jackie Silva (2006), Carlos Nuzman (2007) e Ana Moser (2009).
Além da dupla, serão laureados este ano Gabriella Kotsis, técnica húngara, Gabriela Perez del Solar, jogadora de quadra peruana, Alexsandr Savin, jogador de quadra russo, e Hubert Wagner, técnico polonês, já falecido.